Era uma vez uma jovem que vivia uma vida extremamente confortável, sem grandes emoções, onde tudo parecia encaixado no lugar certo, como se ela fosse uma princesa num castelo dourado.
Tudo ia bem até que um dia o castelo desmoronou e o mundo veio abaixo, literalmente, como se a vida tivesse virado do avesso e de ponta cabeça.
Como num passe de mágica, aquela vida se transformou do dia para a noite, e ela pode sentir todas as agruras ao mesmo tempo, quase como se uma maldição tivesse desabado sobre ela.
A primeira lição foi a de que princesas também são sujeitas a tombos homéricos e inesquecíveis, e que na verdade era melhor deixar de lado essa mania de nobreza e cair na real, numa vida cheia de boletos, dúvidas e dívidas.
É, não foi fácil ter que se adaptar às mudanças, aprender a andar sozinha, a ser a única responsável por suas escolhas, rapidamente ela teve que aprender a crescer e virar adulta.
E foi então que aconteceu! Um sentimento de injustiça, uma vontade imensa de reagir e mostrar que era possível se reerguer, com resiliência e força, como uma fênix.
A segunda lição foi a de que podemos transformar maldição em benção, fraqueza em fortaleza, derrota em vitória.
Podemos co-criar uma nova vida, desenvolver novas habilidades, aprender outra profissão, reinventar, recomeçar de um jeito totalmente diferente.
Quando perguntam o que te move, a resposta costuma ser o propósito, o que faz os olhos brilharem, o coração bater mais forte, entretanto, o mais interessante é notar que muitas vezes somos movidas pela indignação e pela revolta, às vezes, o que vai te mover é a vontade de mostrar que é capaz, que ninguém mais vai te pisar e você não vai mais se calar.
Sabe aquela sensação de que você é invisível? Que te deixaram falando sozinha ou te interromperam como se você fosse uma pessoa sem importância?
Você já sofreu algum tipo de assédio e teve vontade de reagir mas ficou com tanta vergonha que paralisou? Imaginou se tinha culpa no cartório? Se a roupa estava decotada ou a saia mostrou pernas demais?
Você já foi humilhada por não ter dinheiro? Te olharam com superioridade, como se você pertencesse a uma categoria inferior? Sofreu bulying?
Pois é, isso dói e muito, mas também faz a adrenalina aumentar e quem sabe faça você reagir, subir o tom de voz, pode ser até que se anime e esmurre a mesa ou chute a porta, está tudo bem… somos feitas de carne e osso, com direito a reclamar, gritar e espernear quando nos sentimos infelizes, injustiçadas, desrespeitadas.
Pode ser que digam que somos histéricas, que estamos de TPM, que somos bipolares, mas no fundo mesmo vão ficar com medo da sua reação e na próxima vez irão pensar duas vezes antes de te ofender ou te enfrentar.
Vão tentar minimizar nosso sofrimento, dizer que estamos fazendo papel de vítima quando na realidade estamos apenas deixando a ferida aberta para mostrar uma dor.
A terceira lição é que precisamos envelhecer com dignidade, com saúde, com direito a continuar produzindo, a ocupar cargos de liderança nas empresas, mostrar ao mundo o valor da experiência, da sabedoria adquirida no decorrer de décadas, ensinar a importância de respeitar os cabelos grisalhos e andar claudicante.
O que me moveu a escrever este texto foi escutar sem julgar mulheres fantásticas, com histórias de arrepiar, com perdas inimagináveis, com batalhas internas, com mudanças de trajeto, com inconformismo e valentia.
“A vida é 10% o que acontece com você e 90% como você reage a isso.” Charles Swindol
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