Sueli Oliveira: Devo ou não devo stalker as redes sociais do ex?

Sabe aquela olhadinha, espiadinha nas redes sociais, quem nunca? Quem não tem a curiosidade, de saber o que o ex está fazendo, aonde anda, se está bem ou não, se está saindo com alguém, lugares que frequentam, o que está postando e curtindo.

Stalkear significa perseguir em português. Estas perseguições são responsáveis por causar abalos emocionais, não são benéficas, podendo levar o indivíduo a depressão tristeza e melancolia, devido a frustração da não aceitação do fim do relacionamento ou mesmo uma simples amizade colorida.

As pacientes me procuram sempre após stalkear as redes sociais dos exs, acontecem aos  finais de semana e feriados prolongados, quando certamente estariam juntos.

Relatam uma angústia, que doí no peito ao ver que o outro continua a fazer as mesmas coisas como se nada tivessem acontecido.

Stalkear torna-se um vício, uma auto sabotagem, chegando a mentir para si mesmo de modo a pensar que ao dar somente uma espiadinha, não vai fazer mal.

As ideias obsessivas começam assim, de espiadinha em espiadinha, são transformadas em minutos, depois horas e horas, indo até em dias, dedicado a vida do outro, algo doentio que o faz esquecer de sua própria vida, “stalkeando” até os amigos dos amigos que curtiram uma foto postada ou um vídeo pelo ex.

A compulsão do stalkeador advém dos problemas que não foram solucionados em seus relacionamentos que vai desde; rejeições, traumas, incertezas de traições, negações e e situações conflituosas mal resolvidas.

Há casos de pessoas que começam a desenvolver ansiedade, tremores e tem a sensação de morte eminente, após saltakear o ex e vê-lo saindo feliz com amigos ou com um novo parceiro ou parceira.

As mídias sociais, contudo, pode ser uma fonte de mentiras e verdades, entre provocações e má intenções, por isso é preciso tomar cuidado, nem tudo que se vê e verdade, por detrás de uma imagem de uma foto tem uma intenção, seja ela provocativa, sensual ou mesmo uma simples postagem.

O stalkeador sempre vai se apegar a pequenos detalhes das publicações, como o local aonde foi tirado a foto, aonde os vídeos foram feitos, tipo tik tok, frases contidas nela, cor, músicas, quaisquer minúcias que possa idealizar situações de sua própria imaginação.

Ao potencializar esses detalhes se imagina nas fotos e vídeos e não aceita não fazer parte daquele momento, que acredita ser um momento feliz.  É aí que o stalkeador começa a elucubrar coisas e enxergar fantasmas, as falas são parecidas: “olha como estão felizes”, “comigo não gostava de tirar fotos”, “ agora está viajando mais” e “não gostava de andar de mãos dadas” e outras mais.

Como uma maneira de se auto proteger, é preciso ter em mente que ao se terminar um relacionamento o melhor que se faz é esquecer o celular e redes sociais, embora a curiosidade seja grande contenha-se, stalkear a vida do outro torna-se um vício, como um outro qualquer, porque é um adicto, termo científico utilizados para pessoas que adquirem certo vício.

O stalkeador sente a mesma sensação de dependência por ficar revirando a rede sociais em busca de alguma informação da vida alheia, este é um comportamento tóxico e afeta psicologicamente a saúde física e mental não só do stalkeador, mas de todos ao seu redor, porque torna-se um ser insuportável e o leva a ter prejuízo social, não consegue trabalhar, focar em sua via e nos estudos, não sai com os amigos, somente destinado a perseguir as redes sociais do ex.

Tenha cautela, os transtornos psicológicos nestes casos, são desenvolvidos através da falta de controle emocional em querer bisbilhotar a vida e rotina do ex, virando uma compulsão, como toda compulsão deve ser tratada e acompanhada por um profissional psicólogo, que irá atuar na psicoterapia, levantando quais foram os motivos que os levaram a ser um stalker.

Invista maior tempo em auto conhecer-se, tenha controle e domínio, sobre suas emoções, a vida continua, mas se perceber que não consegue lidar sozinha com as demandas internas procure ajuda.

 

Sueli Oliveira

 

Imagens: Freepik

 

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