Sueli Oliveira: O que está pandemia tem nos ensinado…

A pandemia ainda permanece em meio a nosso convívio, veio para mostrar que não estamos seguros em um mundo desconhecido, um apocalipse em forma de vírus, visto através das lentes de um microscópio que toma conta do mundo.

Não temos certeza se seremos a próxima vítima e como o coronavírus se manifestará dentro de nós.  Tudo é tão incerto e inseguro, o que sabemos que não há escolhas quanto a quem vai contrair a doença, porque independe da situação financeira, sexo, etiologia racial ou cultural, sabemos sim, que todos podemos pegar, por isso devemos seguir os protocolos recomendados pelos médicos.

Esta pandemia veio para deixar marcas, todos nós passamos a vivenciar algum tipo de mudanças emocionais e sentimentais. O TEPT conhecido como; Transtorno de Estresse Pós-Traumático, são um conjunto de sinais e sintomas que engloba tanto a parte física, psíquica e emocional do sujeito é pode serem vivenciados ou revividos por muitos, principalmente por aqueles que passaram por longas internações, perdas de emprego, luto ou decorrência de ter presenciado atos de violência e etc.

Hábitos novos e medidas sanitárias foram introduzidos a nossas vidas como; uso de máscaras, higienização dos ambientes, distanciamento social, mensuração da temperatura e horários de funcionamento dos locais aonde antes tínhamos livres acessos. Tudo passou a fazer parte do nosso cotidiano, hábitos que já existiam e nem sempre praticados, como lavar as mãos, passaram a ser obrigatórios com uso de álcool gel.

É quais as lições aprendemos com tudo isso? A primeira lição foi o autocuidado, que por mais que tenhamos aprendido nas escolas que lavar as mãos fosse necessário, esquecemos desta prática que se faz necessária para prevenir a contaminação e disseminação de doenças.

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Outra lição foi o olhar para o próximo, algumas pessoas desenvolveram habilidades de se comunicarem com o desconhecido, passaram a desenvolver empatia, através da compaixão se colocando no lugar do outro, gestos humanitários de heróis desconhecidos e solidários foram evidenciados, shows musicais adentraram aos lares através das telas televisas.

O confinamento forçado que parecia ruim, permitiu a interação entre pessoas, a casa passou a ser a empresa e com isso as mudanças vieram, casais que se encontravam somente à noite, começaram a olhar olho no olho, melhoraram a comunicação e o relacionamento íntimo, passaram a dividir as tarefas, e os filhos no qual os cuidados eram terceirizados, passaram a ser responsabilidade de seus genitores 24 horas por dia, que de perto puderam acompanhar seus deveres e rotinas diárias.

Casais em crise, se afastaram, mas não por culpa da pandemia, o convívio que não estava bom ficou pior é a gota d’ água, veio com a intolerância de não se suportarem e perceberam que ficar juntos já não faziam sentido.

A palavra amor, passou a fazer parte dos lares, momentos especiais e coisas simples, que antes não eram percebidos passaram a ser valorizados, como uma simples ida ao supermercado.

Os idosos passaram a receber carinho dos seus filhos e familiares que pela correria do dia a dia, não havia uma frequência para visitação, desconhecidos preocupados com a saúde mental de idosos solitários promoveram ações de   acolhimento e solidariedade dentre elas se oferendo para fazer compras.

A saúde física e mental passou a ter prioridade e a telemedicina, ganhou espaço através dos atendimentos on-line, permitindo que as pessoas não abandonassem seus tratamentos. A criatividade deu espaço as pessoas que se reinventaram como forma de levantar dinheiro para pagar suas contas.

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Profissionais, professores e estudantes tiveram que se ajustar a tecnologia, desenvolvendo novas habilidades e adquirindo novos conhecimentos. Ajustes ainda precisam serem feitos, sabemos que acesso à internet ainda é limitado, mas quando possível será um aliado na educação e na formação de profissionais.

Para muitos 2020 deveria começar de novo, diria que 2020 veio para nós ensinar que temos que reavaliar nossas vidas, nossos hábitos de higiene e saúde, a maneira como nos relacionamos e os valores que damos as coisas, que o simples as vezes tem mais valor, que dinheiro não compra tudo, que o amor, compaixão e empatia são capazes de transformar sentimentos negativos em positivos, que precisamos um dos outros.

O novo normal é um padrão de comportamentos e atitudes que garanta a sobrevivência do indivíduo, não está descartado os traumas e angústias que possam aparecer após este evento, porém se as pessoas passarem por tudo isso e não terem aprendido nada, realmente precisam de ajuda.

 

Sueli Oliveira.

 

Imagens: Freepik

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Respostas de 2

  1. Muito bem exposto a atual realidade que estamos passando pela essa pandemia que ainda está longe se ser erradicada
    Parabéns , uma profissional a altura

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