Virgínia Curiati: Mães médicas

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Sim! Nós doutoras somo médicas, mães, esposas, donas de casa! Cuidar de nossos pacientes é nossa maior obrigação, mas dói a “alma” ter que sair correndo, atrasada e deixar um bebê com uma babá, muitas vezes com febre, com tosse, dizendo: “Se subir a temperatura, me ligue, e dê essas gotinhas para baixar a febre”; “se tossir, me ligue, mas o xarope é este.”

Sim, é desta maneira que funcionamos! Nós, médicas, mães, aprendemos e conseguimos dar conta de tudo! Não há nenhuma fórmula mágica, aprendemos que a profissão médica é um sacerdócio e que não podemos deixar que nos esperem.

Conclusão: a impressão que se tem é que os filhos de médicos não adoecem. Mas adoecem. E quando a mãe é a médica em casa e não pode parar de atender, operar ou dar plantões, e se o pai tem maior disponibilidade para ajudar, ótimo. Se não, avós, babás são recrutadas. Sabemos que todos sobrevivem, mas o problema somos nós, mães médicas! O aperto no coração é grande. Muito grande!

Por outro lado, há mães que entregam seus filhos em nossas mãos com graves patologias e veem em nós a solução e esperança, e lutamos para não decepcioná-las.

Nossos filhos desenvolvem uma compreensão desde pequenos, apesar de tanta insatisfações causadas pela ausência, inerente à nossa profissão. Por isso, temos que ser transparentes com nossas crianças, e deixar claro que elas são o mais importante em nossas vidas, mas que fomos talvez escolhidas para ajudar outras pessoas e devolver-lhes a saúde e a felicidade.

Aí vem uma grande satisfação: ao longo do tempo, os filhos, apesar da solidão que vivem muitas vezes, revelam um orgulho por descobrirem a função da mãe, e enchem a boca para dizer: minha mãe é médica!

Nossos filhos desenvolvem junto a nós um vínculo de solidariedade e passam a valorizar cada segundo de nossa companhia.

  • Amor de mãe é eterno!
  • Amor de mãe é sagrado!
  • Amor ao próximo é o nosso LEMA!

Antes de médicas somos mães. Duas paixões irresistíveis que devemos saber lidar para não frustarmos nossas expectativas profissionais e tão pouco emocionais.

Na próxima semana falarei sobre a médicas grávidas. Espero vocês!

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