Queridos leitores, gosto muito de ver fotos antigas, e artigos de jornais e revistas que nos levam ao passado e trazem recordações.
Meio sem querer acabei achando uma homenagem, na verdade, um belo depoimento sobre o meu pai Dulcidio Wanderley Boschilia, e tomo a liberdade prazerosa de compartilhar com todos vocês. …
Conta um repórter da Revista Placar, que o mesmo foi acometido de tamanho espanto quando flagrou um bandeirinha aplicando laquê nos longos cabelos de Dulcidio. Para quem não se recorda ou sabe, meu pai era um homem vaidoso mas moderado. Gostava de usar roupas boas e tratava os cabelos com cuidado. Um toque bem comum hoje em dia, cuidava do que chamamos da “imagem” que é o nosso “cartão postal”…..
E diante do fato, sem qualquer pressa ou constrangimento, o árbitro defendeu-se prontamente alegando que “senão os cabelos poderiam atrapalhar a visão”. Interessante detalhe, por que hoje, sem qualquer atrapalho de possíveis cabelos, de qualquer mudança de temperatura e clima, temos o VAR, criado para facilitar a decisão, a visibilidade de um lance contestado e para auxiliar o árbitro na condução de uma partida de futebol, sinceramente se essa foi a intenção com certeza, está muito distante da perfeição.
Os lances são sempre contraditórios, a margem de erro existe, o árbitro não é bem preparado para lances interpretativos e a pressão da torcida, dos dirigentes e dos jogadores provocam revolta e muita discussão, ofuscando o espetáculo, o Futebol Arte que merece ser visto com bons olhos…. mesmo que sem laquê.
Existe no ar um sotaque que só se encontra em tempo de Libertadores e de Sul Americana, um jeito diferente de se expressar, uma ideia de irmandade e semelhança, de rivalidade, nem sempre bem aceita, e da disputa “taco a taco”.
Na dança dos técnicos, o Fluminense avisa aos “navegantes” sai o Mano, após muitas diferenças resolvidas em aberto, dentro de campo, na frente de todos e outras falas bem mais duras no vestiário que não foram bem digeridas, entra o Renato Gaúcho, com muita experiência no quesito recuperar talentos, um conciliador para acalmar egos, extrair o melhor dos atletas e lidar com os jogadores no bom idioma “futebolez”.
Alguns clubes começaram suas atividades agora, deixando a pré-temporada e escolha de melhor elenco, exemplo Botafogo. Outros torcem além das torcidas por seu técnico, se ambientar e ter um bom tempo de atividade à frente dos plantéis, ex São Paulo e Cruzeiro.
E outros precisando aprender a lidar com os torneios, ou ter melhor foco para as suas disputas, ex Corinthians.
Estamos no mês de abril, mas os jogadores estão exaustos e com problemas para os torneios que envolvem viagem, altitude, transporte, ida e vinda entre as partidas e o enorme desgaste físico e psicológico.
Um assunto eternamente discutido, disputar os grandes torneios e vencer traz a fama, o reconhecimento, seu nome gravado na história, e uma boa quantia em dinheiro para os cofres dos clubes, para saldar as tantas dívidas.
E se não ganhar? Um futuro comprometido, atletas que não conseguem ficar no clube pelos altos salários e não cumprimento de compromissos assumidos inclusive com as torcidas, que hoje tem muito poder.
Qual a melhor seleção brasileira de todos os tempos?
Ouvi um grito veemente, Seleção de 1970, dizem alguns com brilho no olhar, e tem toda a razão, época inesquecível de futebol arte, de amor a camisa verde amarela, e muito talento individual dos selecionados.
Hoje nossa seleção brasileira aguarda por tempos melhores, por atletas que joguem coletivamente….
Para a manutenção e futuro do futebol no Brasil….
Até a semana que vem queridos leitores