Jorge Lordello: Os riscos à segurança nas escolas

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Recebi e-mail chocante de professora preocupada com a vida de ex-aluna. Observe atentamente o relato:

“Olá, me chamo Rosa”. Sou professora de colégio público; atuo na profissão há mais de 25 anos.

Bem, tentarei ser o mais breve possível. Com o início do semestre letivo, sempre nos deparamos com situações atípicas. A que vou relatar se enquadra perfeitamente como tal. Eu estava na entrada da sala aguardando a chegada dos alunos; na primeira semana faço questão de receber todos na porta para desejar um excelente semestre. Uma mãe me cumprimentou e pediu 3 minutos para expor uma situação. Prontamente parei para ouvi-la. Ela, por sinal muito chateada, disse que a filha quase não volta para a escola; eu perguntei o motivo. Segundo ela, a filha tem várias amigas que abandonaram a escola por diversos motivos, como: gravidez, envolvimento com tráfico de drogas, prostituição. Mas um caso em especial me chamou a atenção. O de uma ex-aluna que logo reconheci pelo relato. O nome é XXXXXX. Ela abandonou a escola ano passado, tinha 15 anos à época. Me lembro ter mencionado que iria morar com o pai do filho dela. Até aí, mais uma história na triste realidade das adolescentes brasileiras”.

 

E a professora continua a narrativa:

“Mas o que a mulher contou me deixou estarrecida. Segundo a mãe, a ex-aluna teve um filho com um traficante chamado Marcos. A criança, de quase 2 anos, se chama Jonatas. O pai do menino sai para passear com ele, mas a intenção é despistar qualquer tipo de ação policial, ou seja, ele usa a criança para vender drogas sem levantar suspeitas. A ex-aluna não tem controle sobre os ato do esposo traficante, pois se tornou usuária de cocaína e lança perfume, além de “se prostituir”, incentivada pelo parceiro”.

 

Infelizmente, o relato acima traduz a realidade de muitos jovens que estudam em colégios públicos em zonas carentes, principalmente nos arreadores das capitais brasileiras, onde existem bolsões de pobreza e miséria.

Muitos colégios públicos se tornam palco e terreno fértil para que crianças e adolescentes sejam influenciadas pelos vírus das drogas e da violência urbana.

Recentemente, foi postado nas redes sociais uma foto tirada nos fundos de uma sala de aula cheia de alunos. A professora escrevia na lousa, sendo que um dos jovens apontou arma de fogo para ela e em seguida, sem mostrar o rosto, tirou fotografia com o celular. Aparentemente, a professora não presenciou a conduta criminosa, mas, lamentavelmente, os demais alunos presenciaram a esdrúxula atitude.

 

Como ter vontade de estudar num ambiente de medo como esse?

Não podemos esquecer dos inúmeros relatos, através dos meios de comunicação, mostrando a prática de sexo, consentido ou não, caracterizando, assim, crime de estupro, e também o uso abusivo de drogas dentro do ambiente escolar.

Nas delegacias de polícia, é comum encontrar registros de professores e funcionários de escolas públicas noticiando ameaças de morte, agressões verbais e físicas, além de danos materiais provocados em seus veículos deixados no estacionamento do estabelecimento de ensino.

 

Duas perguntas precisam de respostas:

Mas como solucionar esses graves problemas?

 

Como fazer que o professor volte a ter autoridade em sala de aula e seja referência para os alunos?

 

Com a palavra o Estatuto da Criança e do Adolescente…

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