Você já reparou que vigilantes que trabalham em shoppings centers raramente dão um sorriso durante o expediente de trabalho.
Isso pode ser considerado grosseria ou falta de educação?
Absolutamente não!
Profissionais ligados à segurança púbica e privada, devem manter sobriedade e certo distanciamento no trato com as pessoas que visam proteger. O bate papo desnecessário deve sempre ser evitado, pois tira a concentração e a percepção do que está acontecendo ao redor.
Quem trabalha na área de segurança deve enxergar aquilo que os outros não visualizam, ou seja, atitudes tidas como suspeitas. A maneira como uma pessoa anda ou até mesmo olha, um gesto diferenciado ou atitude fora do padrão podem sinalizar situações tidas como perigosas e que precisam ser averiguadas.
Agir depois que o crime está acontecendo proporciona enormes dificuldades e risco de vida para todos os envolvidos. O ideal, é que se reconheça a fumaça antes do fogo se espalhar. Muitos crimes foram evitados e marginais presos graças ao olhar observador e meticuloso de profissionais de segurança privada. Portanto, o foco, a atenção, a disciplina e a desconfiança são fatores primordiais.
É por isso que aqueles que trabalham na área de segurança devem procurar falar menos e observar mais. Amabilidade, bate papo, cortesia exagerada e, principalmente, intimidade com as pessoas tiram o foco e reduzem a percepção.
Muitas vezes o vigilante deixa de retribuir o “bom dia” ofertado pelo gentil cliente do estabelecimento, não em razão de falta de educação e sim por estar extremamente concentrado em notar sinais exteriores de perigo ou ameaça iminente nas proximidades. Sua função é minimizar riscos, evitar crimes, salvar vidas. Para cumprir essa difícil missão, precisa estar com a mente voltada exclusivamente para o tema segurança.
Por outro lado, em ambientes residenciais, como condomínios verticais e horizontais, a relação dos moradores com porteiros, controladores de acesso, rondistas, zeladores e vigilantes é muito mais próxima e amigável do que deveria.
O envolvimento enfraquece a segurança; quando os funcionários passam a fazer favores particulares aos moradores, passam a ter dificuldades em repreender eventuais descumprimentos de normas procedimentais pré-estabelecidas. Muitos condôminos carentes procuram nos funcionários uma companhia para prosear ou até desabafar sobre as agruras da vida. A manifestação de gentileza ao levar pedaço de pizza ou bolo ao funcionário, vai gerar, num futuro próximo, a impossibilidade de o funcionário dizer um sonoro “não posso lhe atender”, caso haja uma infração por aquele que sempre lhe presenteia com tanto carinho.
Pequenos favores ou pedidos de serviço em troca de gorjeta ou presente, também influenciam na tomada de decisão pelo colaborador.
Dificilmente o leitor verá um vigilante bancário armado ou de carro forte manuseando o celular a todo instante.
Já em prédios e edifícios, é comum se ver profissionais da área de segurança entretidos com smartphones. Naquele instante, o divertimento e o prazer da comunicação virtual é o foco, ficando a segurança em segundo ou terceiro plano.
Portanto, fica a dica para zeladores, síndicos e supervisores de segurança: trabalhem forte na conscientização de seus colaboradores e também dos condôminos, no sentido de estabelecer que a prioridade é a segurança do local a ser protegido, e para tanto, funcionários devem agir com profissionalismo e certo distanciamento dos moradores e empregados domésticos.