Minas Gerais é o maior estado do Brasil na produção de leite.
O leite é o alimento base para muitas receitas na gastronomia mineira diga se de passagem que a nossa gastronomia é muito apreciada mundo a fora.
Do leite se produz queijos, doces, bolos, cremes e claro, o produto alimentício que se tornou patrimônio cultural e imaterial, o pão de queijo, projeto de lei 4002/2017 apresentado pelo saudoso Deputado mineiro; Luiz Humberto Caneiro, aprovado em 2019.
Obviamente Minas Gerais tem muitos patrimônios culturais, eu costumo dizer que Minas é uma mina não apenas de ouro e pedras preciosas e minerais, mas também rica em tudo que é feito aqui, em Minas Gerais.
A nossa historia nosso comportamento, cultura, alimento nossa arte enfim há muita riquezas.
Minha experiencias com gado mais precisamente vacas, foi através do meu pai que tinha umas vaquinhas com bezerro ao pé (período de lactação do filhote), era uma festa nossas idas na chácara de minha irmã caçula.
Na ocasião essa minha irmã, era a única que tinha chácara em Jequitibá, logo meu pai comprou três vacas para meu cunhado cuidar, era conveniente tê-las, meu sobrinho ainda bebezinho, meu pai fazia gosto do neto ter leite puro, além dos queijos que minha irmã aprendeu a fazer pra nós.
Era muito comum voltarmos para cidade ( meu antigo lar) com vinte ou quinze queijos para consumo próprio outro parte meu pai vendia
A satisfação do meu pai não era apenas os queijos e o leite mas sim a recepção que as vacas nos proporcionavam
Meu pai passou trazer legumes, verduras e frutas do sacolão, só pra elas.
Eram quatro, as vezes cinco sacos com legumes, frutas e verduras nosso prazer era trata-las diretamente na boca, as “bixinhas” gostavam tanto que durante a semana quando minha irmã estava dentro de casa a Cooperativa puxava o pequeno rebanho para o ataque a horta que meu cunhado fez toda cercada com tela, além de cercar as proximidades da casa, eram minutos de descuido para elas abriam a cerca no peito e comiam os maracujás e as verduras na horta, engraçado era imaginar minha irmã correndo atrás das vacas com a vassoura tocando as dali. Voltando ao assunto dos finais de semanas que chegávamos com as frutas para as vacas, esses eram os únicos alimentos que lhes eram oferecidos á boca, no inicio era estranho aquela língua gigante babada para buscar as frutas e legumes em minhas mãos mas depois eu acostumei, com a truculência das meninas nada delicadas.
O prato principal delas era o silo ( quase três toneladas e algumas gramas de ração, além do sal ), as vezes meu pai ia pessoalmente na fazenda comprar o silo feito na presença dele na maioria das vezes era o meu cunhado que comprava a pedido de meu pai, durante a semana.
Apenas o silo e sal que as mocinhas de quatro patas comiam no cocho, mesmo deixando agua fresca elas iam na lagoa ( menos de 40 metros) pra beberem da água
Por três vezes duas vacas foram pro brejo, literalmente vaca no brejo, pensamos que teríamos que trazer o trator para retira-las, graças a Deus que eu, meu marido, cunhado mais dois vizinhos da região conseguimos tira-las do atoleiro.
Hoje meu pai não as tem mais, teve que vende-las pois nessa ocasião minha irmã e cunhado ficaram alguns meses fora, eu e meu marido não sabíamos lidar com seis vacas além de não ter ainda a minha própria chácara. Aonde eu morava não havia estrutura para habita-las, ficava difícil ir todas as manhãs e final do dia até a chácara de minha irmã para cuidar do pequeno rebanho, uma responsabilidade que poderia causar perdas, por não entender da lida…
Foi quando apareceu uma boa oferta no pequeno e precioso rebanho, meu pai aceitou, claro que temos saudade delas, de tudo que elas nos proporcionaram, estamos estudando a possibilidade de novas aquisições de pelo menos duas vacas leiteira.
A raça de nossa preferencia é a holandesa, por produzir maior quantidade de leite ( 25 a 50 L), a Jersey produz menos litros (10 a 18L), há outras raças entre elas a zebu, a Cooperativa era da raça Zebu, era enorme e linda, pensa numa vaca enorme dava medo, a bixa derrubava cercas, batia nas outras vacas para ter os cochos só para ela, quando meu pai apontava la longe ela sabia, conhecia o barulho do motor do carro dele e vinha pro curral depois na cerca de ripas para receber na boca os petiscos que meus pais traziam com gosto
Esses animais nos conhecia e confiava em nós, bastava ouvir o som do motor ou a voz que elas vinham em passos ligeiros.
A matéria seria sobre leite, acabou sendo sobre minha própria experiencia, provavelmente escreverei mais sobre vacas e leite, e fazendas onde o leite é a principal renda desses produtores, sendo assim te espero na próxima leitura, fique com Deus, um beijo no coração.