Regina Pitoscia: Como driblar a alta nos preços do arroz e feijão.

A disparada nos preços do arroz e do feijão, combinação mais popular no prato dos brasileiros, foi um dos assuntos mais discutidos na última semana, desde a identificação dos culpados pela alta até as possibilidades de substituição dos alimentos.

No ano, o arroz acumula uma alta perto de 20% e vários fatores parecem ter levado o preço do pacote de 5kg, na média em torno de R$ 15, para além dos R$ 25 nos últimos dias. Há quem diga que bateu na casa dos R$ 40.

Do lado da oferta, houve um aumento das exportações, reduzindo o abastecimento no mercado interno, a alta do dólar contribuiu para a elevação de preços quando o arroz é importado de outros países, além da valorização das commodities no mercado internacional, entre elas, o arroz.

Do lado da procura, foi verificado um aumento do consumo, turbinado pelo pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, permitindo que a população aumentasse o consumo de alimentos básicos.

Quando a oferta diminui e a procura aumenta os preços sobem, foi o que aconteceu no caso do arroz. Para tentar frear a escalada dos preços, o presidente Bolsonaro chegou a apelar para o patriotismo dos donos de mercado. Não faltou também quem sugerisse um tabelamento do produto. Em mercados livres, em que essa lei da oferta e da procura é que determina os preços, uma intervenção como o tabelamento pode trazer distorções como, simplesmente, o sumiço do arroz das prateleiras.

Foi assim com a carne, com o leite no Plano Cruzado, na década de 1980. Os fiscais da extinta Sunab (Superintendência Nacional do Abastecimento) foram convocados para confiscar “o boi no pasto”.

Já o feijão, com a quebra de safra nas regiões Sul e Sudeste, o que reduziu a oferta, e o aumento do consumo, com a tentativa de estocar o produto diante das incertezas trazidas pela pandemia, registrou alta superior a 30% neste ano, dependendo do tipo. Aqui também houve redução da oferta e aumento da procura que empurram os preços para cima.

Mas o que fazer em uma situação como esta, em que os protagonistas do dia a dia do cardápio nacional ficaram bem mais caros? O consumidor pode e deve fazer a sua parte reduzindo o consumo. Trata-se de uma situação transitória, mais dia menos dia os preços tendem a acomodar-se. A manutenção da demanda pelo produto, mesmo estando mais caro, tende a sustentar os preços nas alturas. Já a queda do consumo agiliza o processo de queda das cotações.

Sempre que apresenta uma elevação exagerada de preços, o produto deve ser substituído por outros itens mais em conta, especialmente os que forem da safra. Segundo especialistas em alimentação, em termos nutricionais, o arroz pode ser trocado por macarrão, mandioca, abóbora, batata inglesa, batata-doce, inhame, entre outros. Para substituir o feijão, o consumidor pode contar com a lentilha e a ervilha, por exemplo.

Ao tomar a iniciativa de diminuir o consumo, é possível não só contribuir para um equilíbrio de oferta e procura, com redução dos preços no mercado, como também trazer um alívio para o bolso ao deixar de pagar mais caro por determinado alimento.

 

Regina Pitoscia.

 

 

Imagem: Freepik

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