Lilian Schiavo: A entrevista

Abro o WhatsApp e me deparo com um convite para participar de um podcast organizado por uma associação de estudantes de Relações Internacionais.

O texto é bem formal e diplomático… lógico que aceitei, afinal gosto de desafios, sou uma curiosa nata e aprendo muito com as gerações diferentes da minha.

Detalhes acertados, aguardo a entrevista com certa expectativa.

Chega o dia e lá vou eu pensando em teorias e conceitos, cheguei até a estudar algumas matérias sobre internacionalistas.

Me posiciono, ligo o computador e na tela aparecem 3 jovens de 17 a 18 anos, universitários iniciando a vida acadêmica.

Impossível não voltar no tempo e lembrar de mim mesma nos primeiros anos da faculdade, repleta de anseios e angústias.

A entrevistadora havia feito uma pesquisa sobre a minha vida e elaborou perguntas que ninguém havia feito, na verdade me surpreendi, nem eu mesma havia pensado nisso.

Resumindo, como cheguei até aqui?

Um filme passou na minha cabeça e foi como ver peças de um quebra cabeça se juntando como uma colcha de patchwork.

É como uma construção, cada conhecimento e experiência adquirida é um tijolo a mais na edificação.

Olho para o passado e lembro do meu pai falando sobre a importância de estudar e aprender o máximo possível, seja lá o que for, o que neste caso incluía datilografia, latim, culinária, piano, ballet e inglês, num legítimo ecletismo.

A busca por conhecimento deve ser contínua, por isso fundamental é ter humildade, cabeça aberta para aprender e coração pronto para entender o que faz seus olhos brilharem, qual é o seu propósito.

Na pauta sobre ativismo contei sobre minha mãe, uma feminista carinhosa e muito inteligente que me presenteava com livros da Simone de Beauvoir e me ensinou a ser doce e forte como ela.

A conclusão é que os discursos são bonitos, mas o que transforma são as ações. Então, vamos iniciar com simplicidade, dentro de casa, ensinando as meninas que elas podem sonhar e ser o que quiserem.

A entrevistadora contou que vem de origem humilde, a mãe é professora e ela é a primeira da família a cursar faculdade, disseram que tem mania de grandeza, ela está no primeiro ano e tem grandes planos para o futuro…ela já sabe que vão dizer que seus projetos são impossíveis.

Conversamos sobre ter ousadia, persistência e coragem, sobre a necessidade de fechar os ouvidos para as pessoas que dizem para você parar e desistir, sobre os obstáculos e desafios que as mulheres enfrentam desde meninas.

A entrevista terminou e um jovem apareceu na tela, foi ele quem gravou a entrevista.

Perguntei o que achou, ele respondeu que lembrou da mãe que está na linha de frente trabalhando num hospital no meio desta pandemia. Assim como nós duas ele também foi criado por uma mãe guerreira.

A inspiração vem dos exemplos!

“Você precisa fazer aquilo que pensa que não é capaz de fazer.” Eleanor Roosevelt

Lilian Schiavo

 

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Imagem: Freepik

 

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