Lilian Schiavo: Faxina geral

Costumo dizer que as empresas têm um coração, uma identidade própria, como se fossem pessoas, com propósitos e missões, com pontos positivos e negativos.

Não nasci para julgar ninguém, muito menos empresas ou organizações, mas que elas têm uma personalidade, isso é inegável, é igual gente… tem as boas e as ruins, tem até as maquiavélicas e as angelicais.

Vai ver, é por isso que existem CPFs e CNPJs, são pessoas físicas e jurídicas… pessoas!

Início de ano, muitas empresas tiram alguns dias de recesso, uma pausa coletiva para recarregar as baterias, para planejar o novo ano e estabelecer metas.

Então, se somos pessoas físicas ou jurídicas, vamos aproveitar essa calmaria dos primeiros dias do ano para fazer uma faxina geral.

Sou de origem nipônica e me lembro de um costume dos meus pais, começar o ano com uma tradição, uma limpeza da casa e da alma.

Era um tal de esvaziar armários, doar roupas, sapatos, brinquedos… me ensinaram que deveria abrir espaço para ganhar coisas novas, então, se permanecesse com tudo aquilo do passado, ficaria sem presentes.

Hoje vejo que isso foi um grande aprendizado de desapego, viver sem pesos, sem medo de recomeçar com gavetas vazias, uma forma de exercer esperança no futuro, de acreditar que o melhor está por vir.

Numa viagem que fiz este ano, perdi minha mala e passei o tempo todo me adaptando, sem stressar por causa do figurino, sem me importar como os outros me viam, dando atenção para o que eu estava vendo: as maravilhas do lugar, os momentos únicos, a imensidão do mar.

Deve ser por isso que as empresas aproveitam essa época do ano para fazer reformas, pintar paredes, mudar os móveis de lugar, começar novos projetos, sob novas lideranças, arejar, deixar a energia fluir sem obstáculos.

E, se por um acaso, você acha está numa posição invejável e permanente, que vai continuar na zona de conforto, devo dizer que nada é imutável, o mundo gira, e um dia você está no topo e no outro quem sabe onde vai parar.

Existe uma frase que diz “O mais difícil não é chegar ao topo, mas permanecer lá”.

Limpar a casa, a empresa e a vida acarretam purificação e aperfeiçoamento de nosso interior, de fora para dentro, conforme vai eliminando o supérfluo e o inútil, você ganha leveza, consciência do que realmente importa, deixa de lado mesquinharias, pessoas e pensamentos tóxicos e relacionamentos abusivos.

É ter a sensação de um caderno novinho em folha, com todas as páginas em branco, prontas para que você escreva a sua história, do seu jeito, como protagonista da própria vida, com direito a errar e corrigir rotas, com capacidade de reter o conhecimento adquirido no passado, com a oportunidade de viver o aqui e agora da melhor forma possível, enxergando o futuro com fé e esperança.

Ninguém disse que seria fácil, mas que vale a pena viver, lutar e vencer… ah!! Vale muito a pena!

Finalizo com uma frase da Anaïs Nin:

“Ajusto-me a mim, não ao mundo”

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Revista Savoir Faire

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