As organizações são como pessoas, possuem um DNA, uma genética que explica como nasceram e suas características.
Este é um dos motivos pelos quais tenho o hábito de ler biografias, pesquisar a história da fundação das empresas e associações, entender o core, a alma, o motivo de sua existência.
Somos afiliadas de uma organização mundial, a FCEM (Femmes Chefs D’Enterprises Mondiales), a associação pioneira em reunir mulheres líderes empresariais globais, fundada pela Yvonne Foinant em 1945, na França, no final da Segunda Guerra Mundial. Ao conhecer a sua história entendi a razão de estarmos unidas até hoje sob o lema: Sozinhas invisíveis, juntas invencíveis!
Yvonne nasceu em Paris em 1892, foi uma das primeiras mulheres eleita para a Câmara de Comércio, a primeira a ingressar no Conselho Econômico e Social, premiada com a Croix de Commandeur, a primeira mulher gerente de negócios representando a indústria francesa, pioneira na presença feminina nos órgãos patronais franceses, eleita VP da metalurgia francesa, conselheira de comércio exterior, VP do sindicato nacional de ferramentas manuais, a primeira mulher eleita delegada na Confederação Geral dos Empregadores Franceses (atual MEDEF).
Nascida em uma família de engenheiros, aprendeu desde cedo a gerir a si mesma, a ser uma líder.
No início da Segunda Guerra Mundial, Yvonne tinha 24 anos e seu marido foi chamado para lutar na guerra mas antes de sair de casa ele disse: “Yvonne, vá em frente!”… eles tinham uma fábrica e ela com seu espírito empreendedor assumiu a gestão da empresa e se tornou uma inspiração, um exemplo para que mais mulheres se tornassem gestoras do próprio negócio e da própria vida.
Como será que ela encarou esse desafio? Com insegurança e medo ou como uma oportunidade para crescer e aprender? Será que ela titubeou, pensou que tinha pouca idade, que ainda não possuía um diploma de mestrado?
Estou organizando uma missão empresarial para mulheres com rodada de negócios, uma oportunidade para internacionalizar a empresa, desbravar outro país, vender seu produto ou serviço em outra moeda, em outro idioma, conhecer outra cultura, fazer novas amizades.
Estamos trabalhando a todo vapor, dia e noite, felizes por criar oportunidades para que as mulheres empresárias e empreendedoras criem novos laços comerciais. Contamos com apoios institucionais importantes e iremos realizar um pré-evento, um webinar para capacitação, reuniões, visitas e fóruns.
Um enorme aprendizado sobre a reação que as pessoas tem ao ouvir a palavra “oportunidade”, lembro que desde cedo me ensinaram a prestar atenção no trem de oportunidades, diziam que ele parava uma só vez em cada estação, era uma via de mão única, sem volta e cabia a mim escolher se embarcaria ou não… essa história do trem me assustou um pouco mas decidi que iria dar um jeito de destituir o manobrista e me tornar a condutora desse veículo.
Ao convidar empresárias para essa viagem observo as reações e respostas, tem aquelas que aceitam sem pestanejar e nem fazem muitas perguntas, dizem que estão prontas para tudo, para se lançar do Brasil para o mundo.
Outras me respondem que este dia vai chegar, mas não desta vez, ainda não estão preparadas, precisam esperar o dia em que serão poliglotas, o dia em que se tornarem doutoras Honoris Causa, o dia em que entenderem tudo sobre comércio exterior, relações internacionais, política e economia.
Tem as que gostariam muito de ir mas ficam paralisadas pelo medo, pela insegurança, por se acharem incapazes, inadequadas e imperfeitas.
Segundo o dicionário, oportunidade é a circunstância favorável para a realização de algo, a chance, a possibilidade, a esperança.
Aproveitar as oportunidades é uma habilidade essencial para aqueles que querem ir mais longe, aqueles que enxergam como concretizar sonhos e ideias, como transformar vidas.
E você? Como se sente ao ouvir a palavra oportunidade?
“As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas.” Sun Tzu
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