Fabiane Cruz: Autoestima e relacionamentos

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Ter uma boa autoestima vai muito além de se achar bonito, ter um corpão sarado de academia ou estar sempre arrumado. Ter uma boa autoestima tem a ver com amor próprio, com aceitar-se e gostar de si o suficiente para não entrar ou manter quaisquer relações que não sejam boas. Aliás, muitas das pessoas que “exageram” em algum aspecto físico com frequência enfrentam problemas de autoestima:  obsessão com o corpo perfeito, incontáveis cirurgias plásticas, etc.

Quem não tem uma boa autoestima inevitavelmente irá aceitar o que te oferecerem. Pois a falta de amor próprio geralmente está associada à crenças de não merecimento e desvalia. Assim constroem relações em cima de expectativas irreais ou com a crença de que “um pouco é melhor que nada”. Costumo dizer que alguém com baixa autoestima não se coloca nem em segundo plano: é tanta gente para agradar que esquecem completamente de si a ponto de seus sonhos, vontades e desejos nunca estarem nos planos.

O que acaba por reforçar o ciclo vicioso da profecia autorrealizável: relações ruins confirmam as crenças disfuncionais sobre inadequação, de não merecimento de amor e atenção.

Do contrário, pessoas com uma boa autoestima costumam colocar seus objetivos quase sempre em primeiro plano. Ou pelo menos não aceitam que agradar ou cuidar do outro implique em suprir ou rejeitar seus próprios desejos. Pessoas com boa autoestima abandonam relacionamentos – às vezes “amando” o outro – se estes não levam os seus desejos em consideração e agem de modo egoísta.

Pessoas com autoestima se posicionam diante de uma injustiça, diante de chefes, colegas ou familiares abusadores, porque acreditam que não merecem e não irão aceitar ser tratado dessa forma.

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Por fim, ter uma boa autoestima é fundamental para ter relações saudáveis e que nos impulsionem para coisas e situações cada vez melhores, que reforcem nossas crenças de merecimento, de valor e satisfação. Não há uma receita pronta para se aplicar e modificar um estado de baixa autoestima. Mas podemos fazer exames de consciência para ver se há reciprocidade e amor nas nossas relações, podemos estar atento às nossas emoções e perceber quando estamos mais no “negativo” do que no positivo e principalmente entender que sempre se trata de ESCOLHA!

Nem sempre vamos acertar, pode ser que às vezes teremos a maturidade suficiente para escolher o que realmente é melhor para nós. Enquanto outras vezes escolheremos insistir mais um pouco apesar das evidências contrárias. Faz parte…

O que não faz parte é se anular o tempo todo pelo medo da solidão ou ser infeliz, porque sempre, sempre, o tiro sai pela culatra.

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