Fe Bedran – Arte na TV: Capa de Revista

Quem nunca quis ser capa de revista?  Antigamente, serviços especializados transformavam o cliente em um jogador de tênis campeão ou homem de negócios milionário, clicando-o contra um fundo infinito. Após alguns flashes, levava-se para casa o souvenir impresso: seu rosto estampado em uma manchete da Forbes, People ou Elle Magazine.  Hoje, há milhares de aplicativos de celular e internet para este fim. Na verdade, a maioria das pessoas curte a ideia de ter seu rosto publicado em um veículo tão popular e familiar como as revistas de bancas de jornal.

 

Não diferente do mundo real, capas de revistas estão constantemente presentes nos trabalhos de design gráfico para a Produção de Arte de novelas.  Algumas vezes, são revistas genéricas, feitas para a composição de um cenário de Agência de Publicidade, Casa de Personagem ou Consultório Médico, por exemplo. Estas revistas possuem nome e marca fictícios, e não estão atreladas a nenhum personagem, como as da foto abaixo:

 

Revistas de Decoração, Arquitetura e Fotografia para cenários em geral

 

Em outros casos, a revista é o nome-título da própria novela. Em “Totalmente Demais”, 2016, Juliana Paes interpretava Carolina Castilho, diretora de redação de uma importante revista do mundo da moda, de mesmo nome do folhetim (Totalmente D+). Juntamente com Arthur (Fábio Assunção), dono da agência de modelos Excalibur, promove um concurso para encontrar uma nova modelo para representar sua renomada revista. A trama se desenvolve a partir desta busca.

 

Revista “Totalmente Demais” para novela de mesmo nome 

 

Já em “O Canto da Sereia”, 2013, minissérie de quatro capítulos, as capas de revistas retratam a trajetória da cantora baiana Sereia (Isis Valverde), sua ascensão no mundo da música pop e do axé, até ser assassinada no alto de um trio elétrico, durante apresentação em uma terça-feira de carnaval.

 

“O Canto da Sereia”, 2013

“O Canto da Sereia”, 2013

 

“O Canto da Sereia”, 2013


Reparem como a tipografia, as cores, a diagramação, a produção das fotos, e os nomes das revistas acompanham o tipo de periódico de acordo com a sua sofisticação e alcance social. Vão desde requintadas revistas ao nível de Vogue e Elle (Fio e Les Sens), passando por uma estilo Bazaar (Olhar da Fama), outra como a Veja, Isto É ou Época (Curius Mundo), terminando em dois exemplares mais populares, quase sensacionalistas (Operação Sucesso e Truques). O realismo e a perfeição são tamanhos que, misturadas numa banca de jornal do bairro, certamente passariam como revistas reais.

 

Na contramão do realismo, existem aquelas novelas e programas que nos dão a liberdade de criar. Um belo exemplo foi a novela “O Beijo do Vampiro”, 2003, onde periódicos vampirescos parodiavam revistas do dia-a-dia dos humanos. Sair na capa da revista “Dentões”, uma espécie de Caras do mundo dos mortos-vivos, era símbolo de status no núcleo dos vampiros da novela. Confira outros exemplares (Vamps & Bofes, Criptas & Castelos, Vampira Moderna, Vampiras em Desfile, Morcega Elegante) no slide abaixo:

 

A Produtora de Arte Isabela Sá e o Figurinista Lessa de Lacerda caracterizados para a “Dentões”, entre outros exemplares; “O Beijo do Vampiro”, 2003.

 

Também abusando do humor, para o lançamento do late show “Adnight”, 2016, o designer gráfico e a Produção de Arte se divertiram elaborando revistas fictícias onde Marcelo Adnet era a estrela da capa, ora por ser um homem de sucesso, ora por ter emagrecido e se tornado saudável para a estreia do seu programa, uma ironia ao mundo da beleza e da pressão fitness.

 

“Adnight”, 2016


Mas não podemos deixar de mencionar o preciosismo e fidelidade das revistas de época. Exemplo atual é produção gráfica feita para a supersérie “Os Dias eram Assim”, 2017, que reproduz com detalhismo minucioso, os impressos das décadas de 70  e 80 no Brasil.

 

“Os Dias Eram Assim”, 2017

 

E quando a ficção se torna realidade? Lembram da revista “Fama” de “Celebridade”, 2004, cujo editor era o vilão Renato Mendes (Fábio Assunção)?  Numa inteligente estratégia de marketing, a revista que pautava a novela e mostrava os acontecimentos dos personagens, saiu da tela e passou a ser vendida em bancas de jornal como encarte da revista QUEM Acontece da Editora Globo.  Em edições semanais, a Fama real exibia as tendências de moda, estilo e comportamento do elenco da novela das oito, cobrindo curiosidades sobre os personagens e seus eventos badalados.

 

Renato Mendes (Fábio Assunção) proprietário da Revista Fama e sua equipe de jornalistas e redatores formada Joel (André Barros), Vitória (Deborah Lamm) e o paparazzi Ivan (Marcelo Laham). “Celebridade”. 2004

 

E fiquem ligados, que na “próxima edição”, “viraremos esta página” para mostrar como são feitas as fotomontagens de personagens dos programas de televisão, encerrando esta série de colunas sobre o Design Gráfico e a Produção de Arte.

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