A tradição nos condomínios residenciais no Brasil é que o porteiro deve ser um profissional amável, atencioso e solícito. Pelo menos é o que muitos condôminos e até síndicos amadores esperam.
Quem transita por prédios sabe que é bastante comum moradores e empregados domésticos ao lado da porta ou até mesmo no interior da guarita jogando conversa fora e atualizando as novidades com porteiros.
A relação de proximidade faz com que muitos moradores até levem pratos de comida para funcionário da guarita, principalmente à noite.
Portanto, acaba se estabelecendo relação afetiva entre o profissional da portaria e moradores, o que não acho nada bom para a segurança da coletividade.
O leitor pode estar querendo me fazer a seguinte indagação:
Para de ser exagerado Lordello, que mal há nisso?
Profissionais que trabalham na área de segurança e controle de acesso de pedestres devem manter o devido afastamento das pessoas.
Quem frequenta shoppings já deve ter observado que os vigilantes estão sempre de “cara amarrada”, tanto é verdade, que raramente se consegue ver um breve sorriso em seus lábios.
Esse tipo de procedimento tem um propósito, qual seja, não gerar qualquer tipo de intimidade capaz de tirar a atenção do que está acontecendo ao redor, pois a função do profissional de segurança é enxergar a fumaça antes do fogo. Nada deve desviar o foco na vigilância, principalmente qualquer tipo de conversa que não tenha a ver com o escopo de seu trabalho, que é garantir a segurança das pessoas que por ali transitam.
Mas como fazer com que os porteiros de meu prédio tenham a postura dos profissionais de segurança de shoppings, fábricas e casas noturnas?
Só existe uma solução viável e eficaz:
Mantenha fechada e trancada a porta da guarita e instale placa sinalizadora informando que é terminantemente proibida a entrada de moradores e de pessoas não autorizadas pelo síndico.
É preciso usar a técnica que apelidei de “isolamento” e obrigar o condômino e empregados domésticos a fazer uso do interfone quando desejarem manter contato com o colaborador da guarita.
JORGE LORDELLO