Lilian Schiavo: Ikigai, vida com propósito

propósito

Qual a sensação que você tem ao acordar todos os dias? Animada e feliz por ter mais um dia de trabalho pela frente? Ou contando quanto falta para chegar o próximo feriado ou final de semana?

 

Segundo a Wikipedia, Ikigai é a palavra japonesa que significa “objeto de prazer para viver” ou “força motriz para viver”, é ter uma vida com propósito. É uma arte, uma filosofia que te ajuda a descobrir o que te faz feliz.

 

Ultimamente tenho falado muito em empreendedorismo com propósito, empresas que ganharam notoriedade por levantarem uma bandeira, mulheres cujas vidas são marcadas pela luta por uma causa.

 

A princípio pode parecer que estamos falando em grandiosidade, mas na verdade, ikigai começa com o auto conhecimento, quem você é e o que gosta de fazer.

 

Como vocês podem imaginar, tive a sorte de crescer dentro da filosofia ikigai, desde criança presenciei meus pais acordando cedo e indo para o trabalho todos os dias com entusiasmo e observe que, no caso deles, todos os dias englobavam também domingos e feriados. Para eles, a maior tristeza seria acordar e não ter nada para fazer, nenhuma razão para sair de casa. Em contrapartida, feliz era a pessoa que tinha um trabalho, uma ocupação, um ideal.

 

Então, lá fui eu buscar meu ikigai, aprendi com minha avó que para descobrir sua missão você precisa olhar para dentro e descobrir o que você ama fazer, para isso é preciso coragem. Pode ser que sua vocação não combine com o que esperam de você, no meu caso, lembro que o presente que marcou minha vida foi uma caixa gigante de aquarela! Nunca tinha imaginado tantas cores! Passei dias desenhando e pintando, as horas voavam… Resultado, apesar de nascer numa família de médicos, fui estudar arquitetura.

 

O seu propósito pode mudar ao longo da sua vida e é necessário ter sensibilidade para descobrir quando pivotar, isso também já aconteceu comigo quando me tornei juíza classista, lembro de uma senhora que comentou que nem por todo o ouro do mundo ela faria um trabalho como o meu, imagine o susto que levei! Para mim aquele trabalho era prazeroso, leve e fácil… foi então que tive a certeza que quando temos um propósito, quando amamos o que fazemos não enxergamos as dificuldades.

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A conclusão é que cada um de nós tem uma missão, é uma busca individual, por isso às vezes você olha para alguém e se pergunta onde ela consegue forças, porque ela resolveu se envolver com uma causa tão difícil, dá vontade de sugerir coisas mais fáceis, dizer para ela não se dedicar tanto, mas não vai adiantar porque ela ama o que faz.

 

Essa sensação de plenitude pode vir de coisas simples também, daquela sensação gostosa de andar pela própria cidade como se fosse turista, saborear um café com amigas, se esmerar para não errar o passo na coreografia, preparar uma deliciosa refeição, fazer o seu melhor e receber um elogio do seu cliente.

 

Steve Jobs é um exemplo de pessoa que encontrou o seu ikigai, podemos verificar isso no discurso proferido na Universidade de Stanford.

 

A  história é sobre amor e perda, Steve Jobs já conhecia seu ikigai desde cedo e com 20 anos de idade iniciou a Apple na garagem da casa dos pais e após 10 anos a empresa valia 2 bilhões de dólares e tinha mais de 4 mil empregados. Aos 30 anos ele criou o Macintosh. Então ele tomou um tombo, foi demitido da própria empresa e sentiu o gosto de um fracasso público. O que ele percebeu era que ainda amava o que fazia então decidiu começar de novo.

 

Ele disse: “Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo.

 

Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama.

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Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz.

 

Se você ainda não  encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.”

 

Acredito que a maioria de nós já passou por situações de fracasso ou perda e sabe como isso dói, fica um sabor amargo, uma tristeza…mas eis que um belo dia acordamos com uma vontade de lutar, motivadas para começar de novo e fazer melhor desta vez.

 

O que nos move é o amor, é o nosso ikigai que nos motiva a continuar, é uma força que te impele a prosseguir, a vencer. Não interessa quantas quedas você teve, superação e resiliência fazem parte da sua vida e você acredita que vai dar tudo certo!

 

Descobrir o seu ikigai é ter certeza do que você ama fazer, quem você pode ajudar, o que o mundo precisa. É olhar para o interior e encontrar um motivo para acordar todos os dias, saber o que faz o seu coração bater mais forte, seus olhos brilharem, sua alma se alegrar.

 

É encontrar sua felicidade, seu equilíbrio, o seu propósito! Afinal, nós não estamos nessa vida a passeio! Vamos deixar um legado, uma história de conquistas e vitórias, uma vida vivida com amor.

 

“O propósito da vida é descobrir o seu presente, tudo o que está dentro de você e como você pode utilizá-lo.”
William Shakespeare

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