Lilian Schiavo: O empresariado feminino

empresária

Segundo a Wikipedia, empresária é o sujeito de direito que exerce a empresa, ou seja, aquela que exerce profissionalmente uma atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. A empresária pode ser pessoa física ou jurídica.

 

Como você imagina uma empresária? Esta é provavelmente uma das perguntas mais difíceis de responder, pois podemos ser de diversos tamanhos, cores e formas.

 

Para abrir uma empresa você não precisa necessariamente ter nível universitário, mestrado ou doutorado no exterior. Pelo contrário, existem vários casos de sucesso de empresárias que fundaram empresas sem terem estudado, foram movidas por um desejo, uma ideia mirabolante e original, tiveram o estalo do Padre Vieira e provavelmente passarão a vida inteira trabalhando no mesmo lugar . Esta é uma característica que as diferenciam  das executivas de carreira, as CEOs e presidentes de multinacionais com um currículo robusto, vivência no exterior e a possibilidade de mudarem de emprego.

 

Uma empresária pode ser dona de um negócio pequeno, sem funcionários, com sede na própria residência ou pode ser uma mega empresária com negócios que se estendem em vários países e milhares de funcionários, neste caso, uma característica comum a todas é que ao longo dos anos os funcionários se tornam parte da nossa família e seu sustento depende de nosso sucesso.

 

É, deitar a cabeça no travesseiro imaginando que não vamos cumprir nossos compromissos é o pior pesadelo para a dona de uma empresa. Temos orgulho de gerar empregos! Já reparou como os olhos brilham quando falamos quantos funcionários empregamos?

 

Independente do tamanho da empresa temos características em comum, somos tão persistentes que beiramos a teimosia, podemos ouvir milhares de nãos e continuar tentando, acreditamos em nossos sonhos, somos otimistas acima da média, criativas, temos planos que vão de A a Z, paciência de monge tibetano, firmeza de propósito e quando necessário nos transformamos em guerreiras ninjas.

 

Alto nível de inteligência emocional é necessário para lidar com pessoas, separar o joio do trigo, perceber armadilhas, conviver em harmonia, respeitar as diferenças, afinal, em época de compliance, fundamental para sobrevivência é ser ético, digno e justo.

 

Estive num congresso com empresárias de vários países, uma oportunidade única para troca de experiências e realizações de negócios, mas acima de tudo, uma chance de conhecer pessoas!

 

Gosto de gente e gosto de ouvir suas histórias, portanto, num evento como esse aproveito para aprimorar o dom de ouvir com atenção.

 

Fui entrevistada e me perguntaram quais eram as diferenças entre as empresárias dos países do Mercosul, respondi que no caso do Brasil, a única diferença era o idioma,  temos muito em comum a começar pela resiliência que estava nítida em cada uma de nós.

 

Empresárias tem um olhar diferente, uma vida de escolhas que podem resultar em lucros ou prejuízos, momentos de completa solidão e a necessidade de passar segurança e credibilidade.

 

Sem contar que se tocarmos no assunto de sucessão familiar poderemos escrever um tratado com milhares de páginas.

 

Conheci empresárias na segunda ou terceira geração, uma delas foi orientada pela mãe a não sorrir nem falar de assuntos pessoais nas reuniões de negócios. Fiquei imaginando aquela moça tão sorridente tendo que passar uma imagem profissional irrepreensível, um protocolo de comportamento digno de famílias reais.

 

Outra está na terceira geração e conta a história do pai que começou seu império descalço, coletando papelão na rua e hoje tem a maior empresa de sucata e reciclagem do país, atualmente sua filha dirige a empresa junto com ela.

 

Ouvi histórias de renúncias, de mulheres que precisavam ajudar nos negócios da família e tiveram que adiar sonhos de mestrado e doutorado para quando os filhos já estivessem trabalhando nas empresas.

 

Temos também as pioneiras, as fundadoras, as que um dia acordaram e transformaram ideias em realidade. Muitas delas começaram porque tinham um problema e buscavam a solução, por exemplo, uma das maiores empresas de produtos para cabelos começou porque uma mulher cismou que seu cabelo não era bonito e queria melhorar sua aparência, sem condições de gastar com produtos específicos começou a pesquisar fórmulas para aplicar nela mesma.

 

Quem conhece a história sabe que hoje ela se transformou num case de sucesso e prosperidade, possui atualmente uma rede de salões de beleza que utiliza seus produtos, montou uma fábrica e emprega centenas de pessoas.

 

Outra contou que veio do interior, uma cidade onde a maior parte das mulheres fez a faculdade só para dizer que tem um diploma, elas foram educadas para casar e ter filhos, num estilo século passado. Ela preferiu mudar para a capital, casou e hoje exerce posição de liderança numa organização com centenas de subordinados,  refletiu sobre a diferença da posição da mulher na época da sua mãe e onde chegamos… a conclusão é que ainda há um longo caminho a ser percorrido até alcançarmos uma sociedade com oportunidades iguais para homens e mulheres.

 

Lembramos  das que ao se tornarem mães abriram mão do emprego para ficar perto dos filhos, bendita internet que nos permite trabalhar de casa e garantir o sustento de nossas famílias!

 

Voltando ao início, ser empresária é uma escolha de vida, pode doer, te fazer sofrer, chorar, arrancar seus cabelos mas se é para isso que você nasceu, se tem o DNA do empreendedorismo correndo nas suas veias vai ser impossível fugir.

 

Então, encare e vá ser feliz! A vida vale a pena quando arriscamos, quando temos coragem, quando mesmo com todos dizendo que é impossível você vai, quando estiver difícil visualize sua vitória, pense na sensação da conquista… será que dá para viver sem tentar?

 

Não tenha medo, mas se tiver vai com medo mesmo!

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