César Romão: Fale claramente o que quer

Somos seres geradores de energia e condutores de eletricidade. Em 1929 o psiquiatra austríaco Hans Burger descobriu que padrões de atividade elétrica poderiam ser registrados com eletrodos colocados em diversos pontos do couro cabeludo. Estes padrões foram chamados de eletroencefalograma (EEG), que significa “escrita elétrica do cérebro”.

Embora o EEG seja acompanhado com base no couro cabeludo, Burger conseguiu demonstrar que parte da atividade que ele registra tem origem no próprio cérebro e não se deve simplesmente á musculatura do couro cabeludo. O fato tornou-se um potencial como instrumento de pesquisa realizadas na busca de correlações do EEG com a personalidade, a inteligência e o comportamento humano.

O ser humano é o único a possuir um cérebro com aproximadamente cem bilhões de neurônios, dos quais cerca de quinze bilhões constituem o córtex cerebral. Qualquer outro animal, por mais perspicaz que seja considerado, apresenta no máximo a relação de um para dez comparando com as nossas células cerebrais.

Esta fonte de energia provavelmente é responsável pelas emoções que sentimos e vivemos, causando constantes conflitos com a razão lógica. Os cérebros humanos, com pouco mais de um quilo de células e humores neurais, são três vezes maiores que os de nossos primos na evolução, os primatas não-humanos.

Na medida da evolução do cérebro o sistema límbico foi aperfeiçoando duas ferramentas poderosas, aprendizado e memória, despertou-se então a esperteza nas opções de sobrevivência e aprimoramento em respostas visando uma melhor adaptação às exigências da vida no lugar de se ter reações invariáveis e automáticas.

O neocórtex é a sede do pensamento, contém os centros que reúnem e compreendem o que os sentidos percebem. Acrescenta a um sentimento o que pensamos dele e nos permite ter sentimentos sobre idéias, arte, símbolos e imagens.

A vantagem para a sobrevivência deve-se ao dom do neocórtex de criar estratégias, planejar a longo prazo e outros artífices mentais. A ligação do neocórtex ao sistema límbico criaram o sentimento de paixão e compromisso afetivos entre seres humanos. Espécies que não têm neocórtex, como os répteis, carecem de afeição materna e ao saírem do ovo, têm de fugir para não serem canibalizados.

Somos fontes produtoras de emoções, todas elas são, em essência, impulsos para agir, planos instantâneos para lidar com a vida que a evolução nos infundiu. A própria raiz da palavra emoção é movere, mover em latim, mais o prefixo “e” para denotar “afastar-se” indicando que uma tendência a agir está implícita em toda emoção.

Que as emoções levam as ações, é mais óbvio observando-se animais ou crianças, só nos adultos civilizados encontramos tantas vezes a grande anomalia no reino animal: emoções –divorciadas de uma reação óbvia. Com os novos métodos de estudo sobre o corpo e o cérebro os pesquisadores estão descobrindo mais detalhes fisiológicos de como cada emoção prepara o corpo para um tipo de resposta muito diferente em nossa fisiologia e em nossa conduta.

Minha intenção não é lhe dar aula sobre o cérebro, mas apenas lhe fazer refletir sobre a influência científica que ele tem em nossas vidas.

Somando-se a tudo isto vai ai uma pitada da “mão do Universo”, esta energia toda que nos cerca e é capaz de promover milagres e desastres em nossa vida.

O Universo seria como nosso “gênio da lâmpada” – pedimos e ele atende dentro de nossos padrões de cultura.

Pense nisto: você está diante deste Gênio, ele irá lhe atender em tudo que desejar!

Então você olha para ele e diz:

–  Quero dinheiro!

Imediatamente em sua mão aparece uma nota de 100 dólares.

 É dinheiro não é?

Ele atendeu o seu pedido e você pensa: “bem, eu queria muito dinheiro…”

E o gênio responde:

– Mas isto é muito dinheiro!

E você diz:

– Mas não resolve todos os meus problemas e nem dá para viver o resto da vida…

O gênio responde:

– Oras, você pediu dinheiro eu lhe dei dinheiro, agora seu pedido já foi atendido e nesta área você perdeu o direito de repetir o pedido.

Na verdade, você pediu dinheiro e ele lhe deu dinheiro. Talvez se você tivesse pedido a este gênio um milhão de dólares, ao invés de dinheiro, estaria mais contente.

Pouquíssimas pessoas são precisas naquilo que emitem com seu potencial cerebral ao repassá-las para seu contexto de vida até chegar no Gênio do Universo.

Em minhas palestras quando chamo pessoas no palco e lhes pergunto o que mais gostariam de conseguir na vida elas geralmente respondem:

– Eu não gostaria de ser pobre!

– Eu não gostaria de perder meu emprego!

– Eu não gostaria de terminar meu casamento!

– Eu não gostaria de ver meus filhos num mau caminho!

 -Eu não gostaria de ficar doente!

 – Eu não gostaria… eu não gostaria… eu não gostaria…

 – Eu não pergunto o que elas não gostariam!

Eu pergunto o que elas gostariam, mas existe uma trava automática que elas acionam para fugirem de qualquer tipo de sofrimento, e não conseguem nem pedir por algo que possa lhes trazer prazer.

Vivem apenas para evitar o sofrimento e não para serem felizes.

O que elas mais temem é sofrer e é exatamente isto que acontece na vida delas.

O que mais temem é o que vão terminar por viver pelo simples fato de estarem fornecendo ao seu cérebro e ao “Gênio do Universo” que nada entendem sobre metáforas.

O ser humano tem a tendência a ser preciso e lógico, fornecer informações imprecisas daquilo que desejam para suas vidas.

E, quando são atendidas em seus pedidos, entram em pânico e dizem:

– Deus não foi justo comigo!

– Nunca fiz mal a ninguém!

– Sou uma pessoa honesta!

– Justo comigo que sou uma pessoa tão boazinha…

De pessoas boazinhas a esquina do fracasso e o bar da infelicidade estão cheios todas as noites.

Ser uma pessoa boazinha não é a jogada decisiva, faz parte da técnica do jogo da vida, mas não decide a partida.

O que vai decidir a partida de sua vida, rumo a vitória, é você entender o mecanismo do cérebro em sua geração de emoções e a atuação do Gênio do Universo que nunca vai lhe negar nada.

Ele vai lhe atender nos mínimos detalhes, lembrando que este “Gênio do Universo” não lê suas entrelinhas, tampouco entende de coração, apenas é lógico.

Muitos leitores e visitantes de meu site quando participam da seção de pesquisa limitam-se a escrever algumas coisas que julgam primordiais para receberem um opinião minha sobre um determinado assunto e normalmente encerram os texto da seguinte maneira:

Olha Cesar Romão, acho que por tudo que já escrevi você já deve entender meu problema e saber como é o resto de minha vida e o que pretendo…

Não é bem assim!

Eu só posso saber o que estas pessoas me deixam saber, o resto é adivinhação com grande percentual na margem de erro de qualquer interpretação.

Existem homens que entregam um monte de rosas para uma mulher e um cartão apenas com seu nome, mas não escrevem que a amam e nem dizem isso, ao vivo e em cores…

Apenas dizem: “oras bolas” – quem dá rosas demonstra um sinal de carinho e amor…

Bem, isto são eles que dizem, mas as mulheres normalmente gostam de ver isto escrito e dito.

E quando estes homens não têm um retorno como o esperado acham que a mulher não foi legal com eles, sendo que eles é que não foram legais com a mulher, não fizeram a coisa por completo, deixando um espaço para serem mal interpretados…

Este espaço cria a bolha da insatisfação de um desejo mal atendido.

Grande parte das pessoas vive suas atividades profissionais e amorosas de maneira a mantê-las e não a vivê-las.

Quando se luta para manter algo é sinal que este algo pode escapar e tenha certeza, vai escapar.

Tudo aquilo que você temer em sua vida, fará parte de seu destino; tudo aquilo que você quiser viver em sua vida de maneira nutritiva será acrescido em sua vida.

Se, até então, seu coração ainda não atentou para isto, ainda há tempo para ser muito, mas muito feliz, você merece, por isso tente outra vez.

César Romão

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Freepik

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