Paty Moraes: “Miga, quero um amante”

A frase do título não é minha, mas poderia ser, por que não?

Uma conversa, dia desses, com um conhecido casado me fez pensar bastante em quantas vezes a gente fica insatisfeito com o casamento e acha que a solução está em arrumar outra pessoa para substituir o amante oficial.

 

Nada contra os casamentos abertos, nem estou falando disso! Também não estou aqui condenando as aventurinhas pra quem curte.

Estou falando daquela frase que eu ouvi: “ai, miga, sempre fui contra, mas bem queria agora um amante porque não consigo me separar neste momento e meu casamento tá uma bosta”.

 

Parece soar como:  “quero uma roupa nova porque engordei, mas vou manter a antiga no guarda-roupa pra garantir que um dia eu volte a caber nela”.

 

Quantas vezes pensei que, se tivesse uma chuva de pretendentes, estaria feliz e satisfeita. “Ah, se aquele não me quer, tem quem queira”, “Se aquele não me respeita, tem quem o faça”, e por aí vai. E, pra ser sincera, os homens sempre fomentaram esse meu pensamento: quanto mais “nem aí” pra eles eu era, mais juras de amor eterno. Mas isso é assunto pra outra coluna.

 

Eu também não sou fácil de entender: muitas vezes, só quando a coisa está complicada em casa, com muitas discussões e pouco entendimento, é que eu me lembro de cuidar de mim, de me valorizar. Basta uma briguinha pra, por exemplo, eu ficar 2 horas na academia, passar meus cremes, me alimentar do jeito que desejo ou marcar de rever uns amigos. Quando está tudo muito bem, ah, geralmente eu acabo na preguiça, comendo qualquer coisa e deixando minhas prioridades para depois do jantar e do cineminha.

 

A questão é: quem precisa, ou depende, do casamento? Sempre refleti sobre isso e passei a pensar mais ainda depois do papo. Na real, conviver entre quatro paredes com um parceiro ou parceira requer amor próprio. Amor próprio para se respeitar e saber exigir o que deve melhorar, não para o casamento, mas para si mesmo. Se a roupa não serve mais, talvez não seja o caso de comprar outra, mas de mudar os hábitos para voltar a caber nela.

 

E, se a mudança é um fato irreversível, de que vale guardar aquele pedaço de pano que não cabe mais? Aceita que dói menos, né?

Pra fechar, uma música que adoro, para, como disse Simonal, “machucar os corações”.

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