A partir de novembro poderá ocorrer uma verdadeira revolução para a movimentação de dinheiro no país, seja na transferência de uma conta para outra, seja para pagamento de contas, taxas e impostos. Na última semana, o Banco Central anunciou a criação de uma plataforma que vai permitir a realização de operações instantâneas, e com custos reduzidos ao consumidor final.
A partir de 16 de novembro, esse novo sistema, o PIX, será aberto e disponível a todo o mercado, incluindo bancos, instituições de pagamentos e fintechs. Até lá, haverá fase de testes e adaptação das instituições a ele. A adesão será obrigatória às que tiverem mais de 500 mil contas de clientes ativos, e todas deverão oferecer em seus aplicativos uma opção relativa ao PIX.
As operações serão finalizadas em até 10 segundos, com funcionamento 7 dias por semana e 24 horas por dia. Tudo será feito pelo celular, com leitura do QR Code, uma espécie de código de barras em desenho.
As transferências ficarão mais baratas também
Além de ser mais ágil e de estar sempre disponível para operações, o sistema PIX vai tornar uma transferência também mais barata.
Atualmente, é possível transferir dinheiro de uma conta para outra, entre diferentes bancos por meio de uma TED ou um DOC.
Pela TED, o crédito na conta do beneficiário é feito no mesmo dia que dinheiro sai da conta de quem a enviou. Pelo DOC, o crédito é feito ao beneficiário no dia seguinte ao dia que o dinheiro saiu da conta do emissor. Pela operação, nos cinco maiores bancos do mercado (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) o correntista paga de R$ 8,65 a R$ 10,50, se fizer pela internet ou caixa eletrônico.
Se for até uma a uma agência, e fizer pelo caixa vai pagar bem mais caro, de R$ 15,50 a R$ 21,95.
Já pelo novo sistema, pela expectativa da direção do Banco Central, a operação não deve passar de centavos.
Mudanças no cartão de crédito internacional
A partir de março, as despesas feitas com o cartão de crédito no Exterior serão convertidas pela cotação do dólar vigente no dia da compra, e não mais do dia de pagamento da fatura. A principal consequência da medida é que o consumidor terá mais previsibilidade para o controle de suas contas. Especialmente em fases como a que estamos atravessando de alta de preços da moeda americana a cada dia.
Ao gastar lá fora, muita gente poderia ter uma surpresa desagradável no momento de pagar a sua fatura aqui, quando a conversão era feita pela cotação de dias antes do vencimento da fatura. O que acontecia sempre que o preço do dólar subisse entre a data em que foi feita a despesa e a data da conversão dos gastos para reais.
Com essa trava no câmbio pelo dia em que foi feita a despesa, será possível saber que dívida internacional estará sendo acumulada no cartão, antecipadamente.
As instituições financeiras serão obrigadas a informar diariamente, por meio de seus canais com o cliente, e público em geral, que cotação estará sendo usada para a conversão de despesas efetuadas naquela data. Medida que favorece o consumidor, que poderá saber de imediato seu gasto em reais e comparar a taxa usada pelo seu banco na conversão com as demais instituições financeiras. É mais transparências nessas e deve aumentar a concorrência no mercado.
Saia da caderneta e vá para títulos do governo
A caderneta está rendendo 0,24% no mês e 2,98% no ano, é um dos mais baixos dentro do segmento mais seguro das aplicações. Mas há opções no mercado que tão seguras quanto a caderneta, porque são garantidas pelo governo.
São os títulos chamados Tesouro IPCA, que vão pagar rendimento equivalente à inflação do período, mais juros além de permitir resgates a cada mês, como a caderneta. Neles o dinheiro do investidor estará protegido, porque eles repõem a inflação do período e ainda pagam uma parcela de ganho real, referente aos juros.
Em uma pesquisa no buscador de investimento Yubb (www.yubb.com.br), foi possível encontrar esses papeis mais rentáveis que a caderneta na última sexta-feira, na Rico Investimentos.
Aplicação por 1 mês
Títulos do Tesouro – IPCA
Tipo de papel Rendimento ao mês Maior que poupança
IPCA com juros 2050 0,44% 87%
IPCA com juros 2055 0,44% 87%
IPCA com juros 2040 0,43% 84%
Por que o dólar não para de subir
Na última sexta-feira, o dólar comercial chegou a furar momentaneamente o patamar de R$ 4,40, novo recorde nominal histórico. O dólar turismo, no entanto, já está sendo vendido a R$ 5 em algumas casas de câmbio.
A principal fonte de pressão sobre o dólar continua sendo as dúvidas com os efeitos do coronavírus sobre a economia chinesa e global. O sentimento de incertezas com os impactos da doença tem levado os investidores a procurar refúgio e proteção no dólar pelo mundo.
Mas a alta tem a ver também com fatores domésticos. O sentimento de que a economia não está reagindo como se esperava e de que a falta de entendimento ente o Palácio do Planalto e o Congresso em torno de algumas questões pode dificultar o andamento de reformas econômicas tem causado preocupação crescente no mercado financeiro.