Ross: O excesso de informações da internet é útil?

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Realmente se torna muito complicado organizar um plano de estudos quando se tem uma gama infindável de assuntos que podem ser acessados com um pouco mais de um click. Eu diria que mais difícil do que organizar, seria valorizar cada informação que temos ao nosso alcance.

Cabe relembrar os velhos tempos, em que os músicos se desdobravam para conseguir comprar um LP e esse esforço era redobrado para obter materiais que eram produzidos fora do país. Para estudaá-los, então, era necessário ouvir o mesmo material repetidamente, o que não acontece quando se tem uma gama de todos os discos nacionais/internacionais disponíveis em um computador, tablet ou até mesmo em um celular.

Além disso, o método de aprendizado era principalmente perceptivo, diferente do que é hoje, momento em que  se busca vídeo aulas com os mais diversos ângulos de câmera captando os movimentos do músico em diferentes velocidades. Certa vez ouvi do guitarrista – que respeito muito -, Guthrie Govan, ao ressaltar em seu workshop a importância de aprender “a pescar” ao invés de receber o peixe pronto. E o curioso é que esse aprendizado se dá voltando ao que há de mais primitivo em nós: os sentidos.

Engraçado como a tecnologia amplia o nosso acesso ao conhecimento ao mesmo tempo que nos deixa cada vez mais preguiçosos e menos agradecidos pela nossa fonte de conhecimento. Mal se termina um seriado e já começa outro, mal se termina um álbum e já se monta uma playlist, mal se termina um livro e já se está procurando por outro: grande ilusão.

 Atentar-se à gratidão e aos detalhes pode ser útil em nossas vidas, antes que as coisas passem a se tornar um brinquedo velho, que nunca foi devidamente explorado, e fiquemos esperando sempre algo novo para suprir um vazio, que não poderá ser preenchido senão por nós e por nossos sentidos.

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