Fernando Calmon: Rota difícil à frente

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Destrinchar tudo o que o Governo Federal anunciou no último dia 5 sobre o programa Rota 2030 tomaria o espaço de algumas destas colunas. Então a intenção é comentar alguns pontos e, em especial, a validade das decisões anunciadas que ainda passarão pelo crivo do Congresso Nacional até se tornar lei em novembro próximo.

Primeiramente, em um país com baixa cultura de planejamento e alto grau de imprevisibilidade qualquer plano de 15 anos – dividido em três períodos quinquenais – já se pode considerar uma conquista importante. Incentivar pesquisa e desenvolvimento (P&D) locais é estratégia de vários países. Pode ser feito de forma eficiente ou não, dependendo de como se monta a estratégia. O Brasil já cometeu erros nesse ponto, mas também aprendeu como evitá-los.

O Rota 2030, de fato, atrasou seis meses por ser mais complexo e ter levado a um conflito entre ministérios. Perdeu-se muito tempo em discussões se R$ 1,5 bilhão por ano de incentivos era um valor incompatível com a atual penúria fiscal do País. Bem, o Brasil concede cerca de R$ 300 bilhões ao ano em subsídios variados, inclusive à agricultura…

Para conseguir compensar aquele valor, o conjunto dos fabricantes de veículos deve comprovar ter investido montante 233% superior, ou seja, R$ 5 bilhões por ano em território nacional. Alternativa seria aplicar esse dinheiro no exterior e assim criar empregos em outros países.

Indústria automobilística na maioria dos países é incentivada – ou até disputada como ocorreu com marcas japonesas em estados americanos – de forma clara ou velada pela longa cadeia produtiva e qualidade dos empregos. Entretanto, no Brasil há uma situação curiosa. Essa indústria representa 4% do PIB do País, mas recolhe em torno de 10% dos impostos pertinentes: carga fiscal sobre automóveis é a maior do mundo.

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Empresas de autopeças também receberão suporte fiscal para investir em tecnologia. Criaram-se ainda incentivos específicos ao conjunto da indústria para campos de atuação considerados estratégicos e que não podem mais ser negligenciados. Entre eles conectividade, carros autônomos, inteligência artificial e manufatura avançada.

Há vários pontos positivos no Rota 2030. Exige redução compulsória de consumo de combustível: ganho estimado de 11% a cada cinco anos. Nenhuma fabricante escapa, tendo ou não fábrica no Brasil. Foram criadas duas faixas de economia adicional, com até 1% de desconto do IPI em cada etapa, para modelos, individualmente, que conseguirem superar o mínimo. Isso ocorre porque a tecnologia fica mais cara para avançar em eficiência energética.

Automóveis nacionais e importados (especificamente da China) também terão um cronograma para melhorar segurança passiva e ativa em prazos compatíveis para absorção de parte dos aumentos de custos. Ao longo dos 15 anos espera-se que o mercado cresça para o aumento de produção gerar escala suficiente. Para tanto, é necessário alcançar o patamar de quatro a cinco milhões de unidades vendidas anualmente.

Em 2018, porém, as previsões estão menos otimistas. Com os problemas gerados pela greve dos caminhoneiros e o estresse político o crescimento de 15% ou mais vem sendo revisado. Fenabrave rebaixou os números mais otimistas esperados pelas concessionárias, enquanto a Anfavea desistiu de reestimar para cima o crescimento de vendas de 11% sobre 2017.

Agora se prevê que 2,5 milhões de veículos leves e pesados, ou algo muito pouco acima desse patamar, ganharão as ruas este ano. Rota difícil à frente.

ALTA RODA

HYUNDAI ainda não tem acerto final do plano de produtos até 2022. Depende de eventual acordo com Grupo CAOA (talvez renovação do contrato de importações por prazo menor, a cada dois anos e não 10 anos) e da provável fábrica na Argentina para picape compacta. Mas, segunda geração do HB20 poderá chegar em 2019, ao se completar o ciclo de sete anos da primeira geração.

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SPIN virou seu ciclo de vida de seis anos com mudanças estilísticas que amenizam bastante sua forma exageradamente rústica. Capô mais baixo (com nove vincos), grade e faróis redesenhados, tampa e lanternas traseiras em harmonia, além de rodas de 16 pol. e a retirada (já era sem tempo) do estepe externo, deram equilíbrio ao conjunto. Versão aventureira Activ passou a oferecer sete lugares.

CHEVROLET Spin virou seu ciclo de vida de seis anos com mudanças estilísticas que amenizam bastante sua forma exageradamente rústica. Capô mais baixo (com nove vincos), grade e faróis redesenhados, tampa e lanternas traseiras em harmonia, além de rodas de 16 pol. e a retirada (já não era sem tempo) do estepe externo, deram equilíbrio ao conjunto. Versão aventureira Activ passou a oferecer sete lugares.

DIRIGIBILIDADE também melhorou no único monovolume tradicional que restou no mercado brasileiro com volume de significativo (Fit vende mais, porém é meio-termo entre hatch e monovolume). Suspensão bem acertada e respostas mais suaves do câmbio automático completam a renovação do Spin. Preços começam em R$ 63.900 e chegam a R$ 83.490.

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