“É incrível parar para pensar que a milhares de anos atrás, antes da invenção do telégrafo, um cara montado num cavalo, era a melhor e mais rápida forma de internet disponível”.
Dizem alguns cientistas que o cavalo existe há cerca de 55 milhões de anos.
Mas só há alguns milhares de anos atrás, homem e cavalo se encontraram e, desde então, não pararam mais de realizarem juntos várias tarefas, envolvendo a política, a economia, o transporte, o esporte, o lazer e a moda.
Até a “invenção da calça”, peça fundamental do nosso vestuário, se deve ao cavalo! Na Idade Média, os europeus incorporaram o animal ao seu mundo e criaram academias responsáveis pelo adestramento dos animais e aulas de montaria. E para dar maior conforto na hora de montar, a “calça” foi inventada.
Os cavalos chegaram para ficar e modificar a maneira como nos transportávamos, como fazíamos comércio e nos ajudaram no desenvolvimento da agricultura, além disso foram essenciais para o acontecimento de vários movimentos políticos.
Quem não se lembra da história de um dos cavalos mais famosos da história, o Incitatus? Calígula o tratava melhor do que qualquer ser humano a sua volta. Ele queria nomeá-lo como cônsul, o cargo político mais importante do Império, e incluiu o seu nome no rol dos senadores. Seu estábulo era de mármore, manjedoura de marfim, usava colar de pedras preciosas e o cavalo possuía cerca de dezoito criados pessoais.
Quem não se lembra do famoso quadro de Napoleão montado em seu belo cavalo e da pergunta que virou piada mundial… “Qual era a cor do cavalo de Napoleão?”
Quem não se lembra de “Alexandre O Grande”, rei da Macedônia e seu cavalo Bucéfalo? O maior líder militar da antiguidade, morria de ciúme do seu fiel escudeiro e ninguém, além do seu treinador, podia montá-lo.
Mas vamos falar do nosso Brasil!
Assim como no cenário atual da nossa política brasileira, a história do Brasil é recheada de personagens pitorescos e controvertidos, nos quais mitos e realidades sempre se misturam. Já os cavalos estiveram firmes e fortes, sempre presentes nos momentos decisivos na construção do nosso País.
Podemos citar várias referências desses momentos, como a Proclamação da República, Independência do Brasil, Revolução de 1923, Guerra dos Farrapos, e tantas outras… mas gosto de usar como exemplo a Independência do Brasil , em 1822.
A mais conhecida cena da Independência é o quadro “O Brado do Ipiranga”, do pintor paraibano Pedro Américo, onde retratou D. Pedro, futuro imperador Pedro I, no alto de uma colina, de espada em punho e montado em um forte e lindíssimo cavalo alazão. Na imagem oficial seria dessa maneira que o herdeiro da coroa portuguesa teria pronunciado a célebre frase “Independência ou Morte”. E mesmo que esse momento histórico não tenha acontecido exatamente desta forma, como afirmam algumas correntes, o seu símbolo tem como um dos principais protagonistas a imagem de um cavalo. E é essa imagem que temos como referência.
Portanto, vale apena frisar que os cavalos tiveram grande importância na história política do Brasil, participaram de revoluções com bravura e ajudaram a levantar as nossas cidades, nossos estados e o nosso imenso País.
No Brasil, o cavalo é considerado uma grande fonte de riqueza, emprega milhares de pessoas e movimenta bilhões todos os anos, com a grande circulação de dinheiro e pagamento de impostos.
E mesmo diante de um dos piores cenários econômicos do nosso País, o mercado de cavalos continua crescendo e se tornou um dos mais lucrativos dentro do agronegócio.
Nestes últimos anos, o setor de equinos recebeu um grande investimento em eventos, competições, circuitos de hipismo, exposições e leilões. Em média, o Brasil realiza 4 mil eventos de cavalos por ano.
De acordo com a Federação Internacional da Agricultura (FAO), o Brasil possui a quarta maior tropa de cavalos do mundo. Atualmente, a tropa brasileira possui 5.496.817 cavalos e esse número é reflexo do alto investimento em melhoramento genético, nutrição, medicamentos, profissionais e treinadores.
“Os cavalos merecem todo o nosso respeito, porque já fizeram muito mais pelo crescimento e desenvolvimento político, social e econômico do nosso País do que os nossos próprios políticos.”
Até a semana que vem com mais cavalos em nossas vidas.