“O Brasil, pelo menos por uma noite, conseguiu superar os problemas do mundo.” (Hollywood Reporter, revista dos EUA)
“É como se alguém tivesse apertado o botão e ligado as pessoas. De repente, tudo é esplêndido.”(The Telegraph, jornal inglês)
Assim é o Brasil de Fernando Meirelles. Um país capaz de promover grandes mudanças e salvar o mundo.
“É melhor nós começarmos a fazer algo sobre o meio-ambiente ou talvez não tenhamos muitas Olimpíadas para celebrar no futuro.” (The Guardian, jornal inglês)
Só que o Brasil perdeu grande chance de provar ao mundo que preservação do meio ambiente por aqui não é obra de ficção. Ao falhar na tarefa de despoluir a baía da Guanabara, reduziu o discurso ambientalista a mero papo furado.
“A cerimônia focada em responsabilidade social foi uma das mais belas que vi dentre as 17 edições olímpicas em que trabalhei.” (Christine Brennan, jornalista EUA)
No Brasil de Meirelles, negros e mulheres, ocupam posições de destaque. Nada parecido com a discriminação que os coloca na condição de cidadãos de segunda classe na sociedade brasileira. Marginalizados no mercado de trabalho, normalmente são preteridos nas contratações e descartados nos momentos de crise. Recebem menores salários e têm menos oportunidades de evolução profissional. São minoria também na política. Mesma sina de índios e imigrantes cuja importância na construção do Brasil – tão enaltecida por Meirelles – é desvalorizada por aqui sem qualquer cerimônia.
“Houve orgulho, muito orgulho no país.” (El Pais, jornal espanhol)
Não há crise política, econômica, moral e social no país representado por Meirelles. Foram três horas de alento para quem tem que conviver no dia-a-dia com a quase falência dos sistemas de educação, saúde e segurança. Com a falta de emprego e dinheiro. Com o jeitinho brasileiro que consolida a corrupção em todos os níveis sociais.
No Brasil de Meirelles se faz muito com pouco. O valor de uma pessoa não se mede pela cor, pelo gênero ou pela condição social. A tolerância é típica. A vida é prioridade.
Viva o Brasil de Fernando Meirelles.