Desde que o mundo é mundo, a gente faz comparação.
— Meu pai é mais forte do que o seu!
— Meu cachorro corre mais do que o seu!
— Minha bicicleta é mais bonita do que a sua!
— Meu time joga mais do que o seu!
Pelé jogou mais do que Maradona? Messi é melhor do que Cristiano Ronaldo? Flamengo tem mais torcida do que Corinthians? Qual o maior clássico brasileiro: Gre-Nal? Fla-Flu? Corinthians e Palmeiras?
Em questão de menos de uma semana de diferença, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi protagonizaram noites mágicas. O português classificou a Juventus na Champions League e o argentino isolou ainda mais o Barcelona no Campeonato Espanhol.
“O que aconteceu com Cristiano e a Juventus foi impressionante. (…) Ronaldo teve uma noite mágica com três gols”. Messi elogia o eterno-adversário-das-comparações e, dias depois, faz também três gols — e eu, mera mortal, sempre me lembro de William Shakespeare nessas horas: “Os grandes se reconhecem”.
E fico pensando se, em algum momento da vida, — depois de ver os gols que faz de maneira que elucida a paixão vulcânica que o futebol desperta — vai ser possível fazer Messi adentrar a um campo de comparação.
Messi é melhor do que Cristiano Ronaldo?
Melhor responder com as palavras de Leonardo Faccio, o antropólogo e jornalista que escreveu a biografia do argentino:
“—Na verdade… — diria Messi —, eu não tenho nada a dizer”.
Uma resposta
Palavras deliciosas de ser ler …