Time escalado pelo treinador que estreia no comando da Seleção Brasileira, confirma a diferença de filosofia de Tite em relação a Dunga. Mas também mostra que o novo técnico do Brasil reviu seus conceitos sobre o futebol.
Tite sempre mostrou preferir jogadores experientes. No seu trabalho mais vitorioso – que o levou ao comando da nossa Seleção – não foram poucas as vezes que ele preteriu jovens talentosos. O maior exemplo talvez, seja o zagueiro Marquinhos. Apontado como grande promessa do Corinthians e do futebol brasileiro, foi classificado por Tite como baixo para a posição.
A história fala por si. Marquinhos foi negociado por uma bagatela com a Roma, da Itália: R$ 13 milhões. O jogador destacou-se e passou a ser cada vez mais valorizado na Europa. Sorte do Corinthians ser o clube formador de Marquinhos. Recebeu sete milhões e meio de reais na transferência do jovem defensor para o PSG, por R$ 101 mi.
Os dirigentes corintianos chegaram a esfregar as mãos quando o Barcelona ofereceu 205 milhões de reais para levar Marquinhos. O PSG não topou e o Corinthians deixou de receber mais R$ 5 mi.
De desprezado por Tite, o jogador foi escalado como titular para o jogo contra o Equador, em Quito, pelas Eliminatórias da Copa de 2018. Deixou o veterano Gil, de 29 anos, no banco. A juventude também está representada no gol, com Alisson, de 23 anos. E no comando do ataque com Gabriel Jesus de apenas 19 anos.
Claro que o técnico continua gostando de jogadores experientes. Não é a toa que ele trouxe Paulinho e Renato Augusto da China, ambos com 28 anos; e definiu Miranda, de 31 anos, como capitão. Mas parece ter percebido que a mescla de experiência e juventude representa o tão perseguido equilíbrio que Tite diz ser fundamental para o sucesso.
Outra mudança promovida pelo técnico era esperada: a de filosofia de jogo. Em relação ao time que fracassou na Copa América do Centenário, nos Estados Unidos, sob o comando de Dunga, são três novidades entre os titulares: o zagueiro Marquinhos, o lateral Marcelo e Gabriel Jesus.
Na lista de convocados, a diferença entre os escolhidos de Tite e Dunga chega a 18, mostrando clara diferença de conceitos entre os dois técnicos.
Agora é conferir se as mudanças vão surtir efeito esperado fazendo a Seleção voltar a jogar bem, vencer e deixar o incômodo e perigoso sexto lugar nas Eliminatórias.