Deu gosto de ver a Seleção Brasileira jogar. Coisa que há muito tempo não acontecia. Na estreia de Tite no comando da Seleção, o time apresentou segurança defensiva, criatividade no meio de campo, ousadia no ataque e, principalmente, solidariedade.
O talento individual foi colocado a serviço do coletivo. Mudança que mostrou potencial para acabar com a Neymar dependência que caracterizou a Seleção nos últimos anos.
O atacante do Barcelona e principal jogador brasileiro da atualidade, fez um bom jogo. Mas não foi brilhante. Nem por isso a Seleção perdeu capacidade ofensiva. Porque todos se empenharam em cumprir à risca o plano de jogo estabelecido: lutar incansavelmente pela posse da bola. Desde o campo de defesa do Equador. Gerando – assim – domínio territorial.
Com ela dominada, usar uma estratégia que me lembrou o rugby, estabelecendo uma corrente que sempre proporcionava opção de passe. Sempre tinha alguém com mais espaço. Com liberdade, o talento individual se sobressai. Os dribles voltaram. Os passes precisos também, assim como o apetite para fazer gols.
Gabriel Jesus teve uma estreia dos sonhos. Participou diretamente dos três gols brasileiros. No primeiro, tomou a bola do zagueiro e sofreu pênalti que Neymar converteu. De calcanhar, o atacante do Palmeiras concluiu ótima jogada do lateral Marcelo. E, no terceiro, mostrou habilidade para tirar a bola do alcance do goleiro equatoriano, definindo o placar de 3 a 0, que encerrou o jejum de 33 anos que a Seleção Brasileira não vencia o Equador, em Quito.
DESEMPENHO
O goleiro Alisson não teve muito trabalho, mas foi firme sempre que exigido. NOTA 7
Daniel Alves, dessa vez, teve uma atuação mais discreta no apoio, mas firme na marcação. NOTA 6
Marquinhos e Miranda não permitiram nada aos atacantes do Equador. Ambos levam NOTA 8.
Marcelo mostrou que não podia ficar fora da Seleção. Quando precisou se dedicar mais à defesa, foi bem. Com mais liberdade para apoiar, no segundo tempo, deu show. NOTA 8
O trio Casemiro, Paulinho e Renato Augusto deram segurança à defesa e fluidez na ligação com o ataque. Casemiro leva NOTA 6, Paulinho, 5; e Renato Augusto, 7.
William foi o mais discreto na partida. NOTA 4. Foi substituído por Felipe Coutinho, que teve desempenho bem melhor. NOTA 7.
Neymar teve boa atuação. Dedicou-se à parte tática, mas não foi brilhante tecnicamente. NOTA 7
Gabriel Jesus, o melhor do jogo. Sofreu o pênalti, no primeiro gol brasileiro e fez os outros dois. Além de roubar muitas bolas no campo de ataque. NOTA 10.
Tite mostrou na estreia que pode resgatar a arte brasileira sem perder a competitividade. NOTA 9
Na terça-feira, em Manaus, o Brasil recebe a Colômbia, que venceu a Venezuela por 2 a 0.