Jorge Lordello: Cuidado com o golpe do namoro

Qual o risco de ocorrer problemas se um relacionamento virtual migrar para o real?

A resposta é curta e grossa: depende da intenção de cada um.

Imagine a seguinte situação: uma moça de 39 anos, um pouco carente por estar sem se relacionar há mais de 1 ano, conhece um homem de 45 anos que reside na mesma cidade. Eles mantém contato pelo Skype por 10 dias e depois passam a se falar diariamente através do celular.

A moça se encanta com a gentileza do pretendente. O primeiro encontro é agradabilíssimo; o casal janta num restaurante romântico.

Na hora de pagar a conta, a mulher insiste em dividir o valor, o que é aceito pelo paquera, não sem antes relutar. O namoro caminha de vento em popa. Em um final de semana combinam de ir assistir uma peça num teatro. O homem pede para ela comprar os ingressos e diz que no dia seguinte dará sua metade em dinheiro.

Na outra semana, após viagem de dois dias, ao acertarem a conta no hotel, o rapaz pede que ela pague o valor integral; assegura que durante a semana depositará o dinheiro em sua conta, o que foi feito no prazo aventado.

No terceiro mês de namoro, alegando atraso no recebimento de serviços que prestara na área de contabilidade, ele pede emprestado, por poucos dias, a quantia de R$ 1.500,00. Uma semana depois quita integralmente.

Depois de 20 dias, novamente solicita empréstimo, agora de R$ 3 mil, pois precisa pagar exames para a mãe adoentada. Não demora 4 dias e ele faz o depósito na conta bancária da mulher.

No outro mês comenta que pintou um bom negócio e precisa de R$ 11 mil para concluir um fechamento que num prazo de 30 dias renderia bom lucro e assim eles poderiam fazer uma viagem de navio. A namorada saca o valor de suas economias e entrega ao amado.

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O problema é que depois de 2 dias ele passa a não atender mais o telefone e desaparece. Na verdade, tratava-se de um golpista muito paciente, que não tinha pressa em armar sua arapuca.

 Conforme um antigo ditado popular:

“Se você não emprestar dinheiro, você vai perder o amigo, e se emprestar, vai perder o amigo e o dinheiro. Então, é melhor perder somente o amigo”.

Se alguém lhe pedir dinheiro emprestado e você não atender, fique atento ao que vai acontecer. Se a pessoa se afastar ou a amizade esfriar, é porque os laços afetivos não eram tão estreitos assim.

Aprender a dizer “não” é uma das formas de se manter seguro e não ter prejuízos financeiros.

Até a próxima semana!

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