Um homem de 45 anos conseguiu folga no serviço e não teve dúvida, pegou sua motocicleta e foi para Santos/SP no meio da semana. O sol estava espetacular e o céu completamente azul. Ele viajou de bermuda por cima do calção de banho para facilitar.
Mas antes de entrar na água surgiu uma dúvida:
“Aonde deixar a chave da motocicleta?”.
Após pensar alguns minutos, ele viu um saco plástico nas imediações. Embrulhou o molho de chaves e, discretamente, enterrou na areia, juntamente com o celular. Após 40 minutos nadando voltou para a cadeira que havia alugado, mas logo percebeu que o esconderijo que havia criado tinha sido violado, e o pior, a moto não estava mais na vaga. Só restava mesmo registrar Boletim de Ocorrência, o que ele providenciou, retornando em seguida de ônibus a São Paulo.
Como a motocicleta estava segurada, no dia seguinte informou ao corretor para receber a indenização, mas não contou sobre a subtração das chaves
O representante da companhia de seguros resolveu apurar com mais acuidade e solicitou ao segurado as chaves da motocicleta. A vítima apresentou apenas a chave reserva, que por sinal nunca havia sido usada, pois a moto tinha menos de um ano de uso. Além de gaguejar, ele se enrolou todo ao tentar explicar o motivo que não tinha mais a chave original.
A seguradora investigou o sinistro e acabou por descobrir toda a trama.
Milhares de brasileiros que fazem seguro de carros ou motos forjam roubos ou acidentes com o objetivo de serem ressarcidos.
Segundo dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, em 2017 a estimativa é que o prejuízo com fraudes ultrapassou a marca dos R$ 700 milhões no Brasil.
A conclusão é que cerca de 15% dos registros policiais de veículos automotores segurados estão eivados de fraudes.
Portanto, se o leitor acha que o seguro de seu carro é absurdamente caro, saiba que no valor está embutido os prejuízos sofridos pela seguradora com seguros fraudulentos.