Bastou a movimentação dos clubes para criar a Liga Sul-Americana que a Conmebol mostrou mais boa vontade para realizar mudanças na Copa Libertadores.
A reunião de 32 representantes dos principais clubes do continente, em março, no Morumbi, em São Paulo, para discutir a criação de uma liga de clubes com o objetivo de defender os interesses das equipes na Confederação Sul-Americana parece ter sido mensagem suficientemente clara.
A “cera” no ouvido dos mercadores que comandam o futebol na América do Sul foi retirada. E a voz dos clubes chegou alta e clara: “queremos mais dinheiro”. Para “não perder os dedos” a Conmebol achou melhor “perder os anéis”.
De cara, aumentou o valor das premiações na principal competição da entidade: a Copa Libertadores.
Agora, a proposta, posta sobre a mesa de negociação, amplia o período de disputa do principal torneio de clubes do continente. Continua começando em fevereiro, mas só vai acabar em novembro. O número de participantes também cresce: de 38 para 44.
Mudanças que, se forem aprovadas na reunião do Comitê Executivo, já valerão para 2017.
Por linhas tortas, o futebol pode ser beneficiado. Duvido.
Em tese, os clubes terão mais tempo e dinheiro para preparar suas equipes. Difícil é acreditar que a “grana” a mais será realmente destinada ao objetivo.
Os times não devem ter mais que encarar “maratonas” para disputar competições simultâneas. Embora acredite que os mercadores vão aproveitar o tempo extra para arrumar novos caça níqueis.
O campeão da Libertadores não terá que esperar seis meses para disputar o mundial de clubes, fator que ampliava ainda mais o já enorme desequilíbrio técnico em relação, especialmente, ao campeão europeu. Simplista demais para ser verdade.
O fato inegável é que normalmente esse tipo de barganha dos clubes mais poderosos, dificilmente se transforma em benefício para o desenvolvimento do futebol no continente.
O abismo em relação à Europa aumenta cada vez mais por causa da incapacidade dos dirigentes da América do Sul em entender que é preciso melhorar o negócio, ampliar os ganhos e deter a transferência de talentos.
RAPIDINHO
No país onde atualmente se joga algo parecido com futebol, mas que não é exatamente futebol – pelo que foi apresentado nos jogos de ida das quartas de final da Copa do Brasil – o Cruzeiro não deve ter dificuldade para eliminar o Corinthians. Em casa, o Palmeiras deve prevalecer contra o Grêmio. O Atlético não deve jogar tão mal no segundo encontro contra o Juventude. Santos e Internacional devem continuar desafiando a lógica.