Iramaia Loiola: Uva Tannat, outra paixão!

Querido Vinho,

Novas descobertas são uma constante com você. Não há monotonia em nossa relação. Sem enjoar vamos longe. Afinal dizem que esse é o segredo da longevidade nos relacionamentos. 

Conversando com meu dentista que sempre me pede dicas de vinho, quem acabou me indicando um, foi ele. Falou-me de um uruguaio maravilhoso que havia degustado. 

Não sei se vocês sabem, mas a uva mais plantada no Uruguai é a Tannat. Fiquei bastante curiosa porque pra falar a verdade nem me lembrava se havia experimentado. Perguntei sobre a faixa de preço dos exemplares que ele havia mencionado e bem, ficava um pouco além dos valores que costumamos investir numa garrafa: em torno de 80,00. Ou seja, não era um vinho daqueles para o dia a dia. 

Tivemos a oportunidade, logo após essa conversa com meu dentista, de degustar um Tannat. Da carta de vinhos escolhemos um. 

O nome Tannat vem de tânico, um vinho potente com muito tanino como um Malbec ou Cabernet Sauvignon. Essa uva tem origem francesa de uma região chamada Madiran e foi trazida para o Uruguai no século XIX. Hoje ela ocupa ⅓ dos vinhedos de lá. 

Uma mesma uva adquire características distintas dos lugares de onde é plantada. Um Tannat francês difere de um uruguaio que difere de um brasileiro. Sim, também temos o nosso Tannat produzido na serra gaúcha, mas muito mais frutado, alegre sem muita rusticidade típico dessa uva.

Sem consultar o rótulo provamos o vinho. Foi paixão ao primeiro gole. Tínhamos certeza de que era uruguaio. Quase acertamos. As uvas foram importadas de lá mas o vinho foi produzido e engarrafado no Brasil, na Serra Gaúcha. Era um 100% Tannat com estágio de 6 meses em barrica de carvalho francês. Safra 2013. Muito agradável ao paladar. Redondinho! Aliás, temos que parar com esse preconceito bobo de que vinhos brasileiros não são bons. Esse estava incrível! E alguns outros brasileiros que comentei nas colunas passadas. 

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A alta concentração de taninos nesse vinho faz dele o mais rico de todos em antioxidantes. Opa! Motivo para que tomemos nossa taça em nome da saúde. A segunda em nome da diversão. A terceira, bem a terceira deixa pro dia seguinte. Mesmo sendo bem difícil beber com moderação como nos é lembrado sempre nos rótulos do nosso Querido Vinho. 

Harmonize com carnes gordurosas, churrasco, massas com molho vermelho e uma música francesa para homenagear a origem da Tannat. Mayra Andrade com sua versão de La Javanaise. Cheers! Até a próxima semana.

https://music.youtube.com/watch?v=R3RK-agEHAk&feature=share

 

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