A taxa básica de juros, a Selic, caiu de 4,50% ao ano para 4,25%. Pode ter sido o último corte de uma série iniciada em julho do ano passado. E o que isso significa para o seu bolso? Há uma relação direta entre o rendimento que é pago pelas aplicações em renda fixa, como a caderneta de poupança, por exemplo, que também cai junto com a taxa de juro. E o mesmo deveria acontecer com o juro que é cobrado no crédito, mas isso nem sempre acontece.
O Banco Central usa a taxa de juro para controlar a inflação. Nesse momento, que a inflação está comportada, ele reduz o juro para tentar estimular a economia. É que com o juro baixo fica mais fácil o empresário levantar um empréstimo para a produção e o consumidor final para comprar mercadorias. Girando a roda para os negócios.
Ao contrário, quando a inflação está em alta ele eleva a taxa para inibir o consumo e dar uma esfriada na economia.
Rendimento da poupança cai para 0,24%
O rendimento da caderneta de poupança está agora 0,24% ao mês. Se repetido por 12 meses, esse rendimento equivale a 2,98% ao ano. Com a redução, cresce o risco de a rentabilidade paga ao investidor ser negativa, abaixo da inflação.
E é bastante provável que isso aconteça, sempre que a inflação mensal for maior do que 0,24%, ou de 2,98% acumulada no ano. Só para comparar, as projeções de inflação do mercado financeiro para 2020 apontam para algo em torno de 3,40%, o que supera em 0,41% os 2,98% a serem pagos pela caderneta.
Se os números se confirmarem, na prática, o investidor que permanecer com o dinheiro nessa aplicação terá perdas no seu poder aquisitivo, porque o rendimento não terá reposto as perdas decorrentes da inflação. Por isso, a caderneta está cada vez mais contraindicada para quem tem o interesse de preservar e aumentar seu patrimônio.
Atualmente, há algo perto de R$ 835 bilhões aplicados em caderneta, e muita gente pode estar deixando de ganhar uma remuneração mais alta, oferecida pela renda fixa. Confira 10 opções, encontradas no buscador de investimentos Yubb (www.yubb.com.br).
Emissor Plataforma/Distribuidor Rendimento(*) Aplicação (*)
Bco Pine Pine Online 3,31% 500,00
Bco Pan Pan 3,31% 100,00
Bco Indusval Órama 3,30% 1.000,00
Bco Pan Pan 3,30% 100,00
Bco Sofisa Sofisa Direto 3,26% 1,00
Bco Pan Pan 3,26% 100,00
RCI Brasil RCI Brasil 3,26% 100,00
Bco Sofisa Sofisa Direto 3,23% 1,00
Bco Pine Pine 3,22% 500,00
BR Partners BTG Pactual 3,17% 5.000,00
Fonte: Yubb
Renda fixa pode pagar mais que caderneta
O rendimento das aplicações em renda fixa também cai junto o juro básico da economia, mas ainda assim, alguns papeis acenam com rendimento melhor do que o da caderneta, como você pode conferir na tabela acima.
É verdade que quem está acostumado com a segurança proporcionada pela caderneta pode sentir-se pouco à vontade para migrar para papeis de bancos pouco conhecidos no mercado. Importante esclarecer que aplicações em títulos como os CDBs, ou as Letras de Câmbio têm a garantia do Fundo Garantidor de Crédito. Em caso de quebra da instituição, esse Fundo devolve até R$ 250 mil para cada CPF e em cada banco.
Esses papeis emitidos por bancos médios e pequenos não são oferecidos pelos grandes bancos, mas sim pelas chamadas plataformas de investimentos. Essas empresas são autorizadas a operar pelo Banco Central e estão submetidas às normas da Comissão de Valores Mobiliários. Não é uma terra sem lei. Vale a pena conhecer esse novo formato das aplicações, aplicando valores mais baixos para perceber como funciona.
Entenda o sobe-e-desce do dólar e bolsa
O mercado financeiro continua preocupado e cada vez mais cauteloso com a propagação do coronavírus. A demora na volta à normalidade dos negócios na China, após o período de comemorações, suspensas por causa da epidemia, do Ano Novo Lunar chinês reforçaram as incertezas quanto ao impacto da doença sobre a economia chinesa e global.
O reflexo desse sentimento foi o aumento de oscilações nos mercados, com queda da bolsa de valores e escalada do dólar. Mas os analistas explicam que o que está mexendo com esses mercados não tem nada a ver com as condições do Brasil, que são mais favoráveis à alta da bolsa e estabilidade no dólar.
Na última semana, o dólar comercial rompeu o patamar de R$ 4,32, novo recorde, no fechamento de sexta-feira e arrastou consigo o dólar-turismo, cotado em negócios com os turistas por R$ 4,72 em São Paulo. Já a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, depois de muito sobe-e-desce fechou a semana com pequena valorização de 0,07%.