Regina Pitoscia:Por que o coronavírus afeta tanto os mercados

O temor dos possíveis impactos do coronavírus sobre a economia global vem, cada vez mais, perturbando os investidores e abalando os mercados.

O segmento de ações reflete as expectativas sobre o lucro das empresas. E a perspectiva é que a epidemia que avança por diversos países e continentes, incluído o Brasil, cause efeitos negativos na atividade, portanto no faturamento e lucro das companhias tem feito as bolsas caírem.  O dólar, procurado como refúgio por ser uma moeda forte, vem escalando sucessivas altas das cotações. E os efeitos da epidemia estão chegando também sobre os juros, que podem cair ainda mais.

Os efeitos do coronavírus parecem inevitáveis, mas o que acentua o sentimento de inquietação nos investidores é a dúvida sobre como a economia global e os mercados serão afetados por ele. 

Aqui, há preocupação também com a agenda de reformas, que dá sinais de dificuldades para avançar no Congresso. Duas delas, consideradas as mais importantes – a reforma tributária e a reforma administrativa – nem sequer começaram a ser debatidas por deputados e senadores, pela falta de propostas do governo sobre os temas. 

Para onde vai o dólar

A menos que o Banco Central (BC) reforce as intervenções no mercado de câmbio, com vendas mais pesadas de dólar ao mercado, a perspectiva é que a escalada das cotações da moeda americana continue nesses próximos dias.

Parte do avanço do dólar no mercado interno reflete a valorização da moeda americana pelo mundo, em razão de aumento de interesse de investidores que procuram a moeda americana como proteção. O dólar é uma moeda forte usada como reserva de valor que consegue proteger o dinheiro em momentos de crise ou insegurança.

Aqui, o dólar também sobe porque a atratividade de aplicação na renda fixa do País diminuiu com as seguidas reduções dos juros na esteira dos cortes na taxa Selic. Isso reduziu a entrada de dólares no mercado, a oferta. E, ainda, a percepção de crescimento mais baixo da economia tem levado a fortalecimento do dólar em relação ao real e afastado os investimentos.

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E quem precisa da moeda?

Ninguém arrisca palpite, por enquanto, sobre até onde vai o fôlego do dólar ou se o Banco Central vai usar o poder de fogo que tem sob forma de bala na agulha, representado por reservas internacionais que vão além de US$ 300 bilhões, para conter especulações que levem a uma escalada mais vigorosa do dólar.

A dica para quem não tem e precisa de dólar continua sendo a compra gradual e periódica de pequenos lotes. Em um momento a cotação será mais alta, em outro, mais baixa, mas no final das contas a aquisição teá sido feita por um preço médio. 

Como as cotações variam em cada local de venda, pesquisas em corretoras e bancos podem redundar em economia. Alguns sites e apps podem dar pistas sobre onde encontrar a moeda americana por preço mais baixo. 

Juros podem cair mais

Depois de já ter atingido os mercados de ações e dólar, a epidemia do coronavírus deve alcançar também a renda fixa. O Banco Central emitiu comunicado na última semana abrindo brecha para cortar mais os juros.

Ao que tudo indica é grande agora a possibilidade de que haja nova redução da Selic, hoje em 4,25% ao ano, na próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 17 e 18 de março. E a perspectiva tomou corpo depois que o Fed, Banco Central dos EUA, anunciou redução dos juros por lá. O receio de que o coronavírus trave as economias e aprofunde a recessão em nível mundial está levando os bancos centrais a usar a redução dos juros como estímulo monetário.

Juros mais baixos tornam o crédito mais barato, tanto para a produção como para o consumo, de modo a fornecer algum gás para o crescimento econômico do planeta. Por aqui, não é diferente, o BC afirmou que vai avaliar os reflexos trazidos pela epidemia para decidir se reduz mais a Selic em sua próxima reunião. Por isso, o mercado passou a apostar em queda de, pelo menos, 0,25 ponto porcentual, o que levaria a taxa básica para 4,0% ao ano. 

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O que comemorar no Dia Mundial do Consumidor

No próximo domingo, dia 15 de março, é comemorado o Dia Mundial do Consumidor. Já o dia 11 de março, no Brasil, é lembrado pelo início da vigência do Código de Defesa do Consumidor, que completa 29 anos, em 2020. Da esfera de serem marcos de conquistas e reconhecimento desses direitos, as datas passaram a ser exploradas comercialmente e se tornaram a semana do consumidor. Período que, dentro do mesmo modelo da Black Friday, o varejo oferece um festival de descontos.

As promoções podem e devem ser aproveitadas desde que o consumidor saiba com clareza o que vai comprar, quais os preços dos produtos e serviços em questão, para ter certeza de que está fazendo um bom negócio.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec, relaciona os principais avanços das relações de consumo no País, com o Código de Defesa do Consumidor. Segundo o Idec, a Lei 8.078 que instituiu o Código “garantiu ao consumidor mecanismos para exercer a sua cidadania”. Na próxima edição fique sabendo quais são as principais conquistas em relação ao direito do consumidor.

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