Iramaia Loiola: Cinema & Querido Vinho

Querido Vinho,

 

Esta semana resolvi homenagear o cinema, a TV e você. Para isso, trouxe duas cenas de filmes, um deles aliás feito todinho em tua homenagem chamado Sideways, que aqui recebeu o subtítulo Entre Umas e Outras e outro chamado French Kiss (Surpresas do Coração). Além destas duas cenas, outra de um sitcom, um seriado de comédia – Seinfeld – do qual sou super fã. São três diálogos diferentes, somente com uma coisa em comum: casais ou encontros amorosos. Ah, a nossa bebida predileta é mesmo de arrebatar corações! Ah, estão em inglês. Traduzi as melhores partes, certo?

 

Cena com o Querido Vinho – número 1

Sideways – Entre Umas & Outras

 

Maya: Why are you so into Pinot? It’s like a thing with you.

Miles: I don’t know. It’s a hard grape to grow. As you know. It’s thin-skinned, temperamental, ripens early. It’s not a survivor like Cabernet that can grow anywhere and thrive even when neglected. Pinot needs constant care and attention and in fact can only grow in really specific little tucked-away corners of the world. And only the most patient and nurturing of growers can do it really, can tap into Pinot’s most fragile, delicate qualities. Only when someone has taken the time to truly understand its potential can Pinot be coaxed into its fullest expression. And when that happens, its flavors are the most haunting and brilliant and subtle and thrilling and ancient on the planet.[Não sei. É uma uva difícil de cultivar. Tem a casca fina, é temperamental e amadurece cedo. Não é uma sobrevivente como a Cabernet, que cresce em qualquer lugar e se desenvolve bem mesmo quando é negligenciada. Não, a Pinot necessita de cuidado e atenção constantes. Na verdade, só pode se desenvolver em lugares bem específicos, aninhada em certos cantos do mundo. E apenas o mais paciente e carinhoso dos plantadores consegue isso. Só alguém que realmente se empenhe em entender o potencial da Pinot pode aproveitar todo seu esplendor. Seu sabor é o mais assombroso, brilhante, emocionante, sutil e antigo do planeta.]

Miles: I mean, Cabernets can be powerful and exalting, but they seem prosaic to me for some reason. By comparison. How about you?

Maya:  What about me?

Miles: I don’t know. Why are you into wine?

Maya: I suppose I got really into wine originally through my ex-husband. He had a big, kind of show-off cellar. But then I found out that I have a really sharp palate, and the more I drank, the more I liked what it made me think about.

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Miles: Yeah? Like what?

Maya: Like what a fraud he was.

Maya: No, but I do like to think about the life of wine, how it’s a living thing. I like to think about what was going on the year the grapes were growing, how the sun was shining that summer or if it rained… what the weather was like. I think about all those people who tended and picked the

grapes, and if it’s an old wine, how many of them must be dead by now. I love how wine continues to evolve, how every time I open a bottle it’s going to taste different than if I had opened it on any other day. Because a bottle of wine is actually aliveit’s constantly evolving and gaining complexity. That is, until it peaks — like your ’61 — and begins its steady, inevitable  decline. And it tastes so fucking good. [Não, mas eu gosto de pensar na vida dos vinhos, de como é uma coisa viva. Gosto de pensar no que aconteceu no ano em que as uvas estavam crescendo, como o sol brilhava naquele verão ou se havia chovidocomo estava o tempo. Eu penso em todas aquelas pessoas que cuidaram e colheram as uvas, e se o vinho é envelhecido, quantos deles podem nem estar vivos mais. Eu adoro o modo como o vinho continua a evoluir, e como toda vez que abro uma garrafa, ela terá um gosto diferente do que se eu tivesse aberto em qualquer outro dia. Porque uma garrafa de vinho está viva, na verdade — está constantemente evoluindo e ganhando complexidade. Isto é, até o seu pico – como o seu ‘61 — quando então começa a se estabilizar e inevitavelmente declinar. E, além de tudo, é tão bom!]

Nota: Li que o Miles está descrevendo a si mesmo e usando a uva Pinot Noir como uma metáfora para sua personalidade. Já, a Maya, faz uma declaração de amor belíssima ao Querido Vinho. Abaixo, 2 links para as cenas.

https://www.youtube.com/watch?v=XKXCZhA328A (why are you so into Pinot)

https://www.youtube.com/watch?v=X8P3kF2DHj4 (the life of wine)

Cena com o Querido Vinho – número 2

French Kiss – Surpresas do Coração

Luc: First, you must take some wine.

[Kate sips from her glass] 

Luc: Can you describe it, the taste? [Você consegue descrevê-lo, o sabor?]

Kate: It’s a nice, red wine. [É um bom vinho tinto.]

Luc: I think you can do better. [Eu acho que dá pra melhorar.]

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Kate: A bold wine with a hint of sophistication and lacking in pretension.[Um vinho robusto com um toque de sofisticação e uma falta de pretensão.]

[beat]

Kate: Actually, I was just talking about myself. I… [Na verdade, eu estava falando de mim..Eu..]

Luc: No, no, you are not wrong. Wine is like people. The vine takes all the influences in life all around it, it absorbs them, and it gets its personality. Here. [Não, não, você não está errada. Vinhos são como pessoas. A videira toma para si todas as influências de vida ao redor dela, as absorve e adquire sua personalidade.]

[uncorks a small bottle]

Luc: Smell.

Kate: Rosemary.

[another bottle]

Kate: Some kind of mushroom?

Luc: Very good.

[pointing to other bottles]

Luc: Currant, cassis, mint, lavender. They are all in the ground here, and in the air. Now, taste the wine again. Close your eyes.

Kate: [does so] Hmm… the currant, I can taste that right away. And, uh, from the brown bottle… lavender?

[Luc nods, smiling]

Kate: Incredible.

Nota: Achei a Kate bem parecida comigo quando provo um vinho e não tenho muito vocabulário para descrevê-lo…haha O Luc nos dá uma ajuda. A comparação do vinho com pessoas, é bem legal! Abaixo, o link para a cena. Meg Ryan está uma graça neste filme. 

https://www.youtube.com/watch?v=QZwlyGvvwoo 

Cena com o Querido Vinho – número 3

The Yada Yada (April 24, 1997) – Seinfeld

Karen: (To Mickey, wearing the shirt Elaine looked at for them) I like your shirt.

Mickey: Oh, thank you. It’s 100% cotton, and some wool.

Kramer: Well, you too seem to have the same taste.

Julie: Well I like it, too.

Kramer: Well I have the same shirt.

Mickey: Yeah, well I’m wearin’ it.

Julie: I like your shirt too.

Karen: Oh, so do I.

Kramer: Oh. (Waiter approaches table)

Waiter: Anything to drink? Some wine, perhaps. [Algo para beber? Algum vinho, talvez.]

Mickey: I like Merlot. [Eu gosto de Merlot.]

Karen: I love Merlot. [Eu amo Merlot.]

Julie: I’m crazy about Merlot. [Eu sou louca por Merlot.]

Kramer: I live for Merlot. [Eu vivo por Merlot.]

Waiter: We’re out of Merlot. [Acabou o Merlot.]

Nota: A cena é engraçadíssima. Assistam! Curti muito esse seriado. Quem mais era ou é fã? 

 

https://www.youtube.com/watch?v=ljRUSYi3-_o

Para harmonizar vamos de música brasileira: Yamandu Costa, um dos maiores violonistas do país. Pega aí um vinhozinho e vem esquentar o friozinho que chegou chegando essa semana aqui pelo sudeste. Cheers!

https://www.youtube.com/watch?v=EXeHPUMpM2U

 

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