Você já deve ter visto a cena: uma pessoa dentro de um meio de transporte olhando pela janela de um carro, trem, avião ou uma nave espacial.
Pode ter sido na gravura de um livro, no filme ou na vida real.
Essa imagem me intriga, fico imaginando o que a pessoa está vendo ou pensando… pela janela o mundo se move e o ponto de partida vai se distanciando.
Crio histórias na minha imaginação, a personagem está indo embora para outra cidade, quem sabe outro país, está indo encontrar o amor, abandonando o passado e recomeçando do zero ou vai viver uma nova vida, são muitas opções.
Agora, quem passou a ser a personagem da janela sou eu, somos nós.
Pela janela descubro que uma vizinha toca bateria, observo o movimento crescente nas ruas e à noite vejo um céu com mais estrelas.
Pela janela do computador faço seminários, reuniões e negócios, pela janela do celular converso com amigas, faço lives e me conecto com o mundo.
Como vai ser o futuro? Sou inundada por previsões sobre o novo normal, o mundo pós pandemia, perspectivas econômicas, o comportamento do consumidor, dados e métricas ao mesmo tempo em que recebo solicitações de amizade de tarólogas, videntes e afins.
Tem gente que aposta que nada vai mudar, que vamos voltar igualzinhas como éramos antes. Será possível?
Vamos sair destas guerras marcadas por cicatrizes que podem ser de solidão, desamparo e tristeza ou resiliência, fé e empatia.
Esse período trouxe muitas reflexões sobre o que é importante de verdade, o que é essencial… mais uma vez percebemos a inutilidade do supérfluo e a necessidade de coisas simples como um sorvete com as amigas, um passeio pelo parque, a força de um abraço, a convivência com a família, a liberdade de viajar ou ir para onde quiser.
Como toda regra tem exceção, pode ser que algumas pessoas continuem fazendo bicos de pato para tirar selfies, a exibir etiquetas de bolsas e vestir personagens de donas da verdade.
Eu prefiro andar descalça pela casa, ganhar leveza, dançar sem música, ficar descabelada e não ligar, rir de mim mesma e admitir que sou imperfeita.
A vida deu uma guinada, precisamos nos reinventar novamente. Viver um dia de cada vez, com otimismo e esperança.
Uma resposta
Querida Lilian
Me pego frequentemente olhando pela janela, chego a sentir o frio do vidro.
Meus pensamentos viajam, quando me dou conta, as lágrimas já estão rolando,
Fico imaginando o que o futuro nos reserva?
Estaremos prontos para uma nova vida?
Com certeza, os valores nunca mais serão os mesmos!
Como vc bem escreveu.
Uns estarão mostrando as etiquetas.
Eu com certeza como vc, vou estar descabelada, pés no chão, usando uma roupa completamente demode, mas com uma esperança de que o pior já passou!
Calma tudo vai passar!
Beijos