Crítica: Apneia (2014)

A bela e rica Chris (Marisol Ribeiro, de Família Vende Tudo) não consegue dormir. A culpa, segundo ela, é de sua apneia, um distúrbio do sono em que o indivíduo para de respirar várias vezes durante a noite, causando uma espécie de sufocamento que impede a vítima de manter uma noite saudável de sono. Mas no caso de Chris, sua apneia é apenas um gatilho para uma vida de excessos, vícios e perigosas viagens insones pela agitada noite da cidade de São Paulo.

O agudo drama Apneia (Brasil, 2014), marca a estreia na direção em longa-metragens de Maurício Eça, que mostra segurança e talento na direção do jovem elenco central, principal chamariz do filme. Ao lado de Chris em suas jornadas inquietas pela noite, estão as também abastadas e belas Julia (Thaila Ayala) e Giovanna (Marjorie Estiano), e apesar da aparente felicidade e realização na vida do trio de protagonistas, cada uma das garotas esconde traumas, medos e inseguranças que virão à tona da maneira mais triste e perigosa possível.

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Apneia funciona principalmente devido à seu carismático trio de protagonistas. Belíssimas e talentosas, Marisol, Thaila e Marjorie embelezam a produção e defendem seus papéis com garra, não decepcionando quando chega a hora de segurar a pesada carga dramática do filme. Marisol em especial me surpreendeu bastante, à mil milhas de distância de sua personagem na bobinha soap-opera global Malhação.

A ótima fotografia de Marcelo Corpanni (de Bruna Surfistinha) também se destaca, capturando em sua essência a frenética noite paulistana, que por si só é praticamente um personagem do filme. Apesar do roteiro do próprio Maurício Eça demorar para ir aos finalmentes, em seu terço final Apneia ganha dramaticidade e pungência, e neste momento fica nítida a importância das atrizes centrais no correto resultado do filme.

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Apneia é um interessante drama sobre limites, traumas e principalmente, sobre saber quando é a hora de parar com as fixações e experimentações da noite, e simplesmente (e finalmente), dormir. Os maus hábitos sempre cobram seu preço.

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