Sueli Oliveira: O Luto dos Pêsames e dos Pesares.

Não está sendo fácil para as pessoas abrirem o Instagram e Facebook e se depararem com o logo “LUTO”, luto pelo meu pai, pelo meu tio, pelo meu primo, pela minha esposa, pelo meu marido, luto pelo meu filho, luto pela minha mãe, luto para a vida…Luto.

Estamos vivendo um luto por dia, um luto por minuto, um luto por segundo. Cada vez que lemos a palavra luto, ativamos dentro de nós sentimentos de sofrimento, como se estivéssemos despedaçados, rasgados por dentro.

Não só a perda pela vida do outro, mas a perda não anunciada, a perda silenciada de quem será a próxima vez.

A incerteza nos colocou em uma posição de plateia, a morte passou a ser o ator principal da novela chamada pandemia, não está fácil entender o Luto, não está fácil, segurar o choro e ouvir a frase temos que tocar em frente.

Muitos não têm a força do ir em frente, outros a menor condição de olhar para frente sem olhar o trauma que viveram, é preciso enxergar que as pessoas estão precisando de apoio, estão precisando falar, estão precisando encontrar um alicerce para seguir em frente em busca de esperança.

Isso não é só uma pandemia de doenças físicas, mas também uma pandemia de doenças mentais. Sorrisos são estampados na cara para esconder a dor, silêncios são usados como forma de vivenciar sentimentos reprimidos, choros são engolidos, pessoas são enterradas sem um adeus e temos que ouvir “a vida continua”

O luto começa na negação de não aceitar a dor de que o outro partiu, que não mais o verá, somos seres criados para viver infinitamente, não fomos preparamos para perder, muito menos viver o luto.

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O luto hoje passou a ser vivido diariamente seja pela perda de um ente querido ou quando nossos amigos perdem um ente querido, são pêsames constantes e mensagens de meus sentimentos, cujos pesares parecem aflitos e melancólicos, são chocantes tristes, que se transformam em sintomas de ansiedade e depressão, por medo de enlouquecerem perante ao desconhecido o luto.

Como restaurar estas pessoas por dentro? Como restaurar suas histórias e ressignificar o luto.

A morte é a interrupção da vida de modo secreto, o luto deixado pelo fim da vida terrena, precisa ser desmistificado e a dor transformada em saudades, falar sobre seus sentimentos e emoções ajuda   no momento da perda e é importante para reconstrução de si mesmo, permita-se vivenciar a sua dor e seu luto, encoraje-se em estar próximo de amigos e familiares que possam lhe ouvir de forma empática.

O luto vivido pelas figuras públicas, também precisam ser transmutadas, são pessoas que deixaram seus legados, com eles se vão histórias afetivas e um pouco de nós.

Paulo Gustavo, Nicete Bruno e Agnaldo Timóteo  – Reprodução/Montagem

Não importa se são nossos familiares, são como se fossem, um dia fizeram parte das vidas de todos nós, são queridos como; o ator como Paulo Gustavo, Nicete Bruno, Agnaldo Timóteo e muitos outros que não tem como não vivenciar a dor do luto.

Todas as perdas são dolorosas, cada um sente a dor de forma diferente, ela tem muito a ver com a forma como nós relacionamos e a ligação do apego afetivo sobre aquele que morreu.

Conte a solitude e carisma das pessoas a sua volta para que consiga lidar com suas angústias neste momento de luto, não reprima a sua dor, busque a sua fé, não estamos sós, embora tenhamos que usar a frase a vida continua, estejamos fortes para enfrentar e passar por este momento, esperançosos e acreditando que tudo vai passar…

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A Psicóloga

Sueli Oliveira

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem 01: Freepik

Imagem 02: Reprodução/Montagem

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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