Iramaia Loiola: Taninos, sempre bom saber o que são!

Querido Vinho,

Esta semana minha filha preparou um vinho quente. Vocês sabem, eu já contei, aqui pela nossa região as temperaturas estão bem mais amenas e combinando demais com vinho. No caso dela, uma bebedora não tão frequente, optou pela delícia que é essa preparação, presente também nas festas juninas que estão muito próximas.

Em nossa conversa, ela me contou que usou vinho suave ou de mesa, que é o mais indicado para esse tipo de bebida e brincou falando algo relacionado aos taninos. E antes de continuar o assunto, apenas uma curiosidade que eu já trouxe na coluna, mas repito aqui a informação tirada do Blog Pão de Açúcar – “Vinho de Mesa é responsável por 90% do consumo da bebida no país (contra 10% do Vinho Fino). Se falarmos em produção em terras brasileiras, são 80%/20%. Ele tornou-se o queridinho dos brasileiros, porque é apreciado em grande quantidade a preços bem acessíveis.”

Bem, ela teve dúvidas sobre o que são os taninos. Conversamos sobre esse assunto em uma outra ocasião por aqui, mas é legal falarmos dele novamente, dá uma pincelada, porque afinal de contas, esse termo é muito usado no mundo dos vinhos. E, costuma-se dizer que o tanino é a espinha dorsal do vinho, portanto importantíssimo!

Taninos são polifenóis, substâncias orgânicas presentes na casca, semente e engaço (cabinho) da uva. A natureza é sábia, e eles estão lá por um motivo: proteção contra os herbívoros, animais que atacam as plantas. O sabor é muito adstringente e muito desagrável para os animais. Para falar a verdade, para nós também. Pensa numa fruta verde, a banana por exemplo? Quando comemos uma fruta assim, a sensação na boca é de “amarrar”, não é? Me lembrei de um dia em que fui dar uma bela mordida num caqui, achando que fosse do duro, e era do mole que precisa estar bem macio para consumo. Gente, que decepção! E a boca depois? Hahaha

Veja Também  Priscilla Bisognin: Pão de Campanha

Taninos estão presentes em outros alimentos também, tais como: chocolate amargo, café, chá preto, verde, o próprio caqui, etc.

Então como é que eles ficam legais para o consumo? Várias técnicas são utilizadas. Amadurecimento em barris de madeira ou tanques de inox, são duas delas. Em madeira ocorre a micro-oxigenação natural, pelos poros por onde o ar entra. Porém, a madeira também traz outras características ao vinho que o enólogo pode não querer. Para isso, os taninos podem ser amaciados em tanques de aço inox. Dessa maneira, aromas e sabores da madeira são dispensados.

Todas as uvas possuem taninos, umas bem mais, outras menos. Vou citar a campeã: Tannat. E se quiserem ler sobre ela, acessem a minha coluna em que conto a minha primeira experiência tomando um Tannat: https://portaldoandreoli.com.br/iramaia-loiola-uva-tannat-outra-paixao/

Para harmonizar, vamos de classicão! Cream, Sunshine of your love. Uma música com a força de um Tannat, cai super bem! Um fim de semana abençoado a todos!

Cheers!

Iramaia Loiola

 

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

 

Imagem: Freepik

Loading

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Compartilhe esta notícia

Mais postagens