Fábio Muniz: Um dia depois do outro…

Olá a todos vocês.

Na semana passada eu escrevi a coluna “Vai ficar tudo bem”. Caso você não tenha lido o texto da semana passada, eu te encorajo a procurá-lo no portal. A razão é simples…

Ontem conversando com o meu amigo Suzuki que mora em Fujisawa, no Japão, ele me dizia que os mais idosos estão sendo vacinados, e a vez dele vai chegar…

Já sabemos que em Israel, não se usa mais máscaras…

Nos Estados Unidos existem zonas sem a presença do COVID, em muitos lugares as máscaras já não são mais obrigatórias e há um plano audacioso do presidente Biden para vacinar a população até o dia 04 de Julho com a proposta de dar-lhes incentivos tais como cestas básicas e até passagens aéreas.

Vai ficar tudo bem…

Sabemos que as notícias em outros países não são tão animadoras, mas sempre um país está ou na frente ou atrás do outro…

Isto posto, sabendo que estou escrevendo para a maioria esmagadora de uma audiência que se encontra no Brasil, eu diria: “Tenha calma, tenha paciência, persevere por favor, e se cuidem”.

Ora, nada melhor do que viver um dia depois do outro…

De modo que este meu preâmbulo me faz lembrar exatamente o que o salmista da tradição judaica escreveu: o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria (Salmo 30:5b).

Eu sei…

Eu sei que é inegável a dor e a angústia de perder alguém querido, a tristeza de não poder celebrar um casamento, cancelar uma festa de aniversário ou evitar abraçar o vovô e a vovó.

Eu sei…

Eu sei do desespero financeiro e as consequências avassaladoras em muitos setores e áreas tais como turismo, setor hoteleiro e de restaurantes.

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Nada melhor do que viver um dia depois do outro…

Foram mais de 2 meses de duro lockdown na França, um desespero poder sair apenas por 1 hora ao dia e ter justificativas para ir ao médico.

Foram mais de 2 meses de “home schooling”…

Vocês podem imaginar duas crianças, Sophia e Júlia, com tanta energia sem poder sair de casa para brincar? Vocês podem imaginar um casal, eu e a Johnna, trabalhando de casa, fazendo reuniões no Zoom, tentando conciliar os fusos horários, ajudando a Sophia na escola francesa e quase que 24 horas por dia tendo que entreter e brincar com a Júlia?

Nada fácil…

Nem para nós, nem para milhares e milhões de pessoas que passaram ou ainda passam o mesmo contexto e cenário que vivemos…

Aliás, não poderia descrever o processo e as experiências que vivemos em detalhes, pois se fizesse tal descrição precisa e meticulosa, escreveria um livro….

O fato é que depois de aproximadamente 5 meses sem museus, sem cinemas, alguns restaurantes e cafés abertos apenas para entrega à domicílio e para viagem, o número de turistas na cidade “zero”, hotéis sem movimento, aeroportos vazios, estações de trens acostumadas a ter o fluxo de centenas de pessoas de toda Europa, e ruas vazias…

Nós começamos a ver o que chamamos “a luz no final do túnel…”

Dito isto, eu tenho um grande prazer e alegria de escrever sobre um novo amigo que fiz. Sascha. Ele me deu permissão para escrever sobre a nossa experiência da semana passada.

Sascha veio de Berlim à Lyon pela primeira vez. Ele é um amigo de um amigo e colega de trabalho que tenho, Greg, que mora em Berlim também.

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Foi uma alegria ver gente transitando pelas ruas enquanto mostrava ao Sascha toda Lyon. Ele teve a oportunidade de entrar em museus. Fomos à cafes e restaurantes que já estão abertos e finalmente podemos sentar e curtir um bom papo e refeição ao ar livre….

Eu estava absolutamente radiante. Há muitos meses não via nenhum movimento pela cidade. E quando pegamos o trem e fomos até Avignon? Foi uma grande alegria!

E quando finalmente fomos à um lugar gostoso e tomamos um bom vinho?

Ora, tudo com muita precaução, tudo com muito cuidado, todos com máscaras e com a consciência que ainda estamos em uma fase crítica e de transição…

Talvez você me pergunte, “ E o que isto tem a ver conosco, Fábio?”

Nada como um dia depois do outro: Finalmente um café ao ar livre e podemos ter a liberdade de sentar e conversar. Slake é o meu café favorito em Lyon. Não foi difícil para o Sascha perceber este detalhe:-)

Pois bem, tem a ver com o fato que os nossos corações se enchem de esperança para voltar a viver a alegria do encontro humano, o abraço entre amigos e familiares, o prazer de conhecer novos amigos, a simplicidade de tomar um café e fazer de um lanche simples um “banquete de gala”….

Da casa onde nasceu e cresceu o autor do livro “O Pequeno Príncipe”, Antoine de Saint-Exupéry ao centro e coração de Lyon. Das igrejas góticas e romanas às catedrais. Do belo Palácio de Justiça que carrega memórias da Segunda Guerra Mundial às exuberantes pontes que cruzam os rios Saône e Rhône, Sascha e eu fizemos uma viagem no passado, presente e para o futuro

E mais ainda: ser liberto do pânico e do medo aterrorizante de que eu e você podemos ser a próxima vítima…

O tempo estava belíssimo! Sascha conheceu um pouco dos nossos projetos multiculturais, conheceu os nossos amigos e sobretudo conheceu a Johnna e nossas filhas.
Parece que aqui ele me pegou um pouco cansado depois de ter acordado as 4:00 da manhã para viajar à Avignon…
Inesquecível viagem à Avignon. Uma terapia para mim. Uma alegria poder ver o movimento crescendo gradativamente. E claro. Tudo sempre terminando com um bom café e uma boa conversa.
Que maravilha. Até a próxima meu querido amigo Sascha!

Nada melhor do que viver um dia depois do outro…

Um beijo a todos vocês e até a próxima!

Fábio Muniz

Lyon, França

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Arquivo pessoal do Colunista

 

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Respostas de 4

  1. Eu creio que a cada dia vamos ficar melhor, imunizando por profissão, por faixa etária e comorbidade, isso posto, cada dia vamos ficando cada vez melhor e com isso mais cedo poderei viajar e conhecer in loco essas maravilhas da França.

  2. Muito boa essa mensagem Fábio, em Lamentações 3:26 diz que “Bom é ter esperança….”, desejamos dias melhores, e espero que nos tornemos pessoas melhores também durante esse processo.
    Continue escrevendo, isso nos dá esperança !!!
    Abraço,

  3. Ler e aprender….tem sido assim em minha vida filho.Mas ,Como eu sempre digo , somos sempre um aprendizado.No livro Lamentações capítulo 3 vers.22 e 23.As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos,porque as suas misericórdias não têm fim.renovam se cada manhã. GRANDE E A TUA FIDELIDADE. BEIJOS

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