Era uma palestra sobre alimentação saudável e economia circular e lá fui eu achando que já conhecia o assunto.
Preparei um chá e me posicionei na frente do computador… surge a Andree, moderadora do evento, lendo um texto sobre ancestralidade, energia da terra e xamãs. A convidada, uma comunicóloga, mochileira e fundadora de uma empresa de alimentação sustentável responde com uma introdução sobre a generosidade da natureza.
As duas são empreendedoras sociais, cada uma montou seu negócio, e seu maior objetivo não é gerar lucro financeiro, mas a busca da promoção da qualidade de vida das pessoas através da resolução de alguma dor, algum problema social existente.
Elas falavam em perfeita sintonia como se fossem amigas há anos, mas na verdade, conversaram pela primeira vez na véspera para alinhar algumas questões referentes à dinâmica do evento.
Levei um susto quando a palestrante disse que nós “casamos” com tudo o que compramos. Ela mostrou um tubo de cola mas poderia ser um livro, uma roupa, um eletrodoméstico e afirmou que a partir do momento em que você adquire um produto, fica responsável por ele, seu uso e principalmente seu descarte.
Imediatamente lembrei da frase do livro O Pequeno Príncipe: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Economia circular é um conceito baseado na inteligência da natureza, com foco na reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia.
A garrafa plástica pode ser um exemplo se for reutilizada da melhor forma e durante o maior tempo possível.
A moda também foi pauta da discussão, você sabia que para fabricar uma única calça jeans são consumidos 5.196 litros de água e além do desperdício de água, os materiais utilizados para o tingimento causam contaminação ambiental e elevado consumo de energia?
Consumo consciente precisa fazer parte das nossas vidas assim como o ar que respiramos, afinal, já aprendemos a dura penas que o planeta depende do nosso comportamento e responde aos nossos atos.
A Lanna, esse é o nome da palestrante, evita comprar em supermercados, prefere as feiras onde pode recusar os saquinhos plásticos que acondicionam frutas e legumes, também compra cereais a granel levando seus potes e saquinhos de tecido.
Se um frasco de ketchup surge na sua cozinha, ela reaproveita a embalagem, lava e usa como recipiente para os produtos de limpeza ou higiene feitos por ela mesma.
O tempo estava acabando e nós queríamos continuar nessa roda de conversa, discutindo fórmulas e receitas para preparar refeições saudáveis e chás revigorantes ou calmantes.
E pensar que tem gente que cansou de tanto webinar e videoconferência e perde a chance de adquirir conhecimentos e trocar experiências…
Nós somos aquelas que permanecem conectadas, sedentas por novos saberes, abertas para oportunidades de negócios em redes que apoiam o empreendedorismo feminino.
Quando o evento terminou fomos inundadas por uma onda de bem-estar e equilíbrio, com forças renovadas e mentes repletas de ideias inovadoras.
Pode ter sido impressão ou megalomania, mas tive a sensação que juntas somos capazes de lançar sementes por um planeta melhor.
Estava tão leve que pensei que podia voar, afinal, desde quando as paredes e o home office nos impede de sonhar e realizar?
“Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar.” Helen Keller
Lilian Schiavo
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