Bom dia meus queridos amigos.
“Hoje a noite é bela. Juntos eu e ela. Vamos à capela. Felizes a rezar. Ao soar o sino. Sino pequenino. Vai o Deus menino. Nos abençoar…”
Escrevo a coluna de hoje entre a linda cidade de Colmar e uma das cidades européias mais tradicionais no período natalino, Estrasburgo. Enquanto celebramos nesta noite a vigília de Natal, trocamos presentes com uma familia de amigos brasileiros queridos, tiramos fotos de árvores gigantes de Natal, e passeamos pelas ruas enfeitadas, vocês lerão esta coluna quando o Natal terá já passado…
No entanto, é por isso que faço este preâmbulo. A razão é simples…
O espírito de Natal é um espírito que deve permanecer todo o tempo, o ano inteiro, todos os dias, o dia todo…
Seja o indivíduo cristão ou não. Quem terá a coragem de se opor a mensagem do Natal que carrega a fraternidade, bondade, generosidade, alegria e leveza…
Isto posto, devo dizer que esta é a minha última coluna da série “Natal” que venho escrevendo nestas últimas semanas tentando cobrir basicamente tudo o que me vem na mente sobre o tema…
Aliás, a minha filha Júlia, centenas de vezes nestas últimas semanas pediu para a minha esposa cantar, tocar, buscar no Google a linda canção “O Christmas Tree, O Christmas Tree. How lovely are thy branches! O Christmas Tree, O Christmas Tree…”
Você a conhece?
Pois bem, eu digo isto porque há dois temas que ficaram em aberto e eu gostaria de cobrir nesta última coluna. O primeiro deles é sobre a árvore de Natal…
Vocês já ouviram falar de Ninrode?
Ora, há muita lenda, muito mito, muita estória e pouca história sobre o tal do Ninrode e o “paganismo” assim chamado que gira em torno da árvore de Natal…
Flávio Josefo, historiado judeu, que participou como testemunha da destruição do templo de Jerusalém tanto quanto da invasão do general romano Tito no ano 70 da era cristã descreveu Ninrode como um sujeito vingativo, perverso e tirano. A Bíblia no livro do Genesis nos mostra a sua genealogia que nos remete ao seu bisavô, Noé!
E mais ainda: leremos que provavelmente a torre de Babel foi construída debaixo do seu comando tanto quanto atribui-se a Ninrode o reino de Babel e a fundação de Nínive.
E basta. Este é um resumo histórico…
De modo que a partir da sua morte prematura, tudo o que se constrói é suposição: a sua mãe dizia que um grande pinheiro havia nascido de um pedaço de árvore caída e morta. Presentes eram colocados pelo próprio Ninrode que se tornou um “ente eterno” e visitava a tal árvore no dia do seu aniversário. Qual era o dia? Era o dia 25 de dezembro.
Eu estou apenas escrevendo o que é de acesso a qualquer um. No entanto, a “bruxificação” da “pobre da árvore” de Natal não é nova. Eu já disse. Volto a repetir. A vida é muito complicada para fazê-la ainda mais complicada. A minha filhinha Júlia não estava pensando em Ninrode quando nos pedia para cantar “O Christmas Tree, O Christmas Tree…”
Ontem enquanto eu passeava por Estrasburgo e via a linda árvore de Natal, não estava pensando tampouco na Semíramis, mãe-amante de Ninrode, e no seu título de possível “Rainha do Céu” dos Babilônicos…
Deixe de lado esta “bruxificação”. Por favor, brinque com a tua filha e faça passeios natalinos com o teu filho nesta época linda e cheia de luzes. Dê presentes aos teus sobrinhos e cante canções natalinas. Monte a tua árvore de Natal pensando na alegria mágica do encanto que nos envolve o “bater do sinos de Belém porque já nasceu o Deus menino para o nosso bem…”
Todas as coisas são puras para os puros. É simples assim.
Dito isto, eu disse que teria duas coisas para dizer…
A última delas tem a ver com o presépio…
Não há muito o que escrever. Foi São Francisco quem fez o primeiro presépio de argila no século XIII. É pelo menos assim que sabemos. No mais, sabemos que a tradição se espalhou pela idade média nas catedrais, paróquias e monastérios europeus. A partir do século XVIII, tal tradição já estava presente nas casas da Europa até chegar ao mundo inteiro nos lembrando daquela noite singela, a primeira noite de Natal, com Maria, José, o menino Jesus, os magos do Oriente, e as testemunhas de pastores, anjos, ovelhinhas, e outros companheiros de gruta e estrebaria…
Eu desejo a você, e a tua familia um Feliz Natal, um Natal de todos os dias, um Natal que está pra além do dia 25 de dezembro, um Natal sem bruxificações, um espírito natalino para o ano inteiro, um Natal para o ano que vai nascer…
Feliz Natal e Feliz Ano Novo!
Fábio Muniz
Colmar, França
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Imagem: iStock
Respostas de 2
I can’t understand a word of this but looks like it must be fun 🤩
Hi Anne,
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Hope you enjoy it.
Take care,
Fabio