Olá, queridos leitores.
Tenho muito conteúdo sobre Copacabana, então vou contando aos poucos ao longo das próximas colunas.
Nossa “Princesinha do Mar”, famosa pela sua praia, inspirações de músicas, filmes, poemas e um dos destinos turísticos mais conhecidos no Brasil, também tem muita história.
Sabem que Copacabana não é uma palavra de origem portuguesa e nem guarani? É de origem quéchua, um dos idiomas dos Incas e significa mirante azul ou lugar luminoso.
A região ganhou esse nome porque foi trazida uma réplica da imagem da Virgem de Copacabana, também nome de uma vila entre o Peru e a Bolívia, as margens do Lago Titicaca.
Pelas tantas histórias de milagres e curas, uma capela foi construída na área da ponta de Copacabana que ganhou muitos fiéis.
Até o final do século XIX era somente uma praia com a ermida, uma vila de pescadores e o Forte Duque de Caxias, na época chamado Forte do Vigia, e hoje mais conhecido como Forte do Leme.
Existe uma lenda que Dom Pedro II em 1858 soube que tinham 2 baleias na praia de Copacabana e foram os mais ricos em coches outros a cavalo, não viram as baleias, mas passaram 3 dias acampados ali para aproveitar da praia.
Só se tornou bairro do Rio de Janeiro em 1892 depois da abertura do túnel velho que a ligava a Botafogo.
Antes disso era uma praia, um areal cercado de verde, morros e rochedos, por isso tinha difícil acesso.
E por esse fato foi local da construção de dois fortes que faziam parte do sistema defensivo da cidade.
O Forte Duque de Caxias, construído entre 1776 e 1779 no cume do Morro do Leme.
Foi onde serviu Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, poucos dias antes de sua prisão.
Aberto à visita, fica 124 metros acima do nível do mar, tem vistas maravilhosas para a Praia de Copacabana, Cristo Redentor e para o Pão de Açúcar.
E o Forte de Copacabana na outra ponta, inaugurado em 1914 onde era a antiga Ermida de Nossa Senhora de Copacabana, que ganhou novo local em outra parte do bairro.
O Forte de Copacabana também é aberto à visitação com pequeno valor de entrada. É uma das vistas mais bonitas de Copacabana com o Pão de Açúcar ao fundo.
Dentro da área do forte tem opções para comer, e um dos locais é uma filial da Confeitaria Colombo. Um lugar muito agradável para sentar-se numa mesinha e apreciar a beleza do bairro. Super recomendo tomar um café da manhã.
O bairro se desenvolveu a partir de um projeto de saneamento e limpeza das praias atraindo a população, a construção do túnel novo e ganhou força com a chegada dos bondes inicialmente puxados com tração animal.
O médico de renome da cidade Figueiredo Magalhães recomendava aos seus pacientes repouso e banho de sol nessa área, outro motivo que impulsionou muitos a procurarem Copacabana.
Em 1906 construíram a Avenida Atlântica, que antes era fundo de quintal da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, a via principal por onde circulavam os bondes, até hoje a avenida dos comércios e meios de transporte.
O calçadão da Avenida Atlântica, em mosaico português de basalto preto e calcita branca, foi inspirado no original da Praça do Rocio em Lisboa. Lá era o encontro das águas do Rio Tejo com o Oceano Atlântico. Já aqui o desenho em curvas de sua calçada em padrão mar largo, simulando as ondas do mar, é conhecido no mundo todo.
Foram inauguradas escolas, sanatórios, um cinema, e Bar da Brahma, mostrando na sua arquitetura a Belle Époque em 1908 e muitos iam à famosa Missa do Galo na Igrejinha de Nossa Senhora de Copacabana, nas primeiras décadas do século XX.
Em 1910 já existiam 600 casas e primeiros postos de salvamentos, que foram evoluindo e até hoje são importantes pontos de encontro dos moradores locais.
Imaginem os palacetes ecléticos tomando espaço e só iniciando o processo do que viria ser um dos locais mais conhecidos do Brasil.
Vou parando por aqui, isso é só um pouquinho da história de Copacabana, e continuamos na próxima quarta.
Até lá!
Giordanna Galvan
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Imagem de capa: Arquivo Pessoal da Colunista
Respostas de 3
Nossa que interessante a história de Copacabana. Adorei saber mais desse lugar tão belo é inspirador .
Como eram belos os antigos casarões…
Como eram belos os antigos casarões, aquelas calçadas estreitas com os charmosos postes de iluminação da época, nem sempre a “evolução faz bem, me imagino eu passeando naquelas calçadas e na areia da praia, sem carros e motos de hoje…