Lilian Schiavo: Jeito de viver

Será que você, assim como eu, está com a sensação que o tempo está voando? Como areia escorrendo das mãos, mas numa velocidade maior do que as ampulhetas marcavam.

Você tem uma agenda de trabalho, mas de repente ela parece inútil, é tanta coisa que você até se esquece de anotar algo e se perde na correria do tempo.

Todo domingo tenho o hábito de checar os compromissos da semana, mas voltei de um congresso justamente num domingo à noite, exausta e com saudades do aconchego do lar, carente dos abraços e dengos.

Em casa e com a família, recarreguei meu estoque de energia e iniciei a semana de forma um pouco atabalhoada, perdi alguns compromissos sociais, mas cumpri integralmente a agenda de trabalho.

Ao encontrar a organizadora de um destes eventos, levei um puxão de orelhas, ao invés de bom dia, uma inquisição sobre minha ausência, se por um lado me senti lisonjeada pois não imaginava que faria tanta falta, por outro percebi a ausência de empatia, e se eu tivesse faltado por um problema de saúde ou familiar?

Se você vive no mesmo planeta que o meu sabe que a vida está sujeita a intempéries constantes, a imprevistos, dissabores e acidentes de percurso então pré-julgamentos são incabíveis em qualquer circunstância.

Recentemente li um artigo sobre adultos mimados, que imaginam que o mundo gira ao redor deles, são tiranos com uma visão de mundo deturpada, são aqueles que se magoam por qualquer coisa, se sentem injustiçados, incompreendidos, uma vítima da sociedade.

Fiquei reflexiva, afinal, estamos todas em busca de bem-estar, qualidade de vida, aprendemos que ser leve faz bem, que cada uma tem um ritmo e o principal, que devemos respeitar as escolhas individuais, sejam elas quais forem, você não precisa concordar ou aceitar, só respeitar.

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Num mundo de tantas cobranças, é preciso estabelecer limites para garantir a própria sanidade mental…não é à toa que casos de burn out explodem em pessoas aparentemente tranquilas e o cansaço fica evidente, é o momento para analisar o que realmente vale a pena.

Para piorar, as redes sociais mostram pessoas perfeitas com vidas perfeitas e impecáveis, em lugares luxuosos e paradisíacos, enquanto você está mergulhada num mar de boletos, contas, problemas, dívidas e dúvidas.

É por isso que costumo pausar, ler um bom livro, assistir um espetáculo, caminhar para observar a natureza, convidar uma amiga para um café com bobagens ou um almoço regado a muitas risadas.

Com plena consciência dos meus defeitos e imperfeições, mas também das qualidades e talentos, faço minha história, um caminho com pedras e desvios, com tropeços e vitórias, resolvi ser feliz do meu jeito, sem me importar com o que pensam, um dia de cada vez, com plenitude e amor.

“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.”

Carlos Drummond de Andrade

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