O profeta Maomé era árabe e foi líder religioso, político e militar; teria falecido em 8 de junho de 632 d.C. Conta a história, que Maomé e um dos seus companheiros entrou numa cidade para ensinar. Logo um adepto dos seus ensinamentos aproximou-se e disse:
“Meu senhor, não há nada exceto estupidez nesta cidade. Os habitantes são tão obstinados! Ninguém quer aprender nada. Tu não irás converter nenhum desses corações de pedra”.
O profeta respondeu bondosamente:
“Tu tens razão”.
Em seguida, outro membro da comunidade abordou o profeta. Cheio de alegria, ele disse:
“Mestre, tu estás numa cidade abençoada. O povo anseia receber o verdadeiro ensinamento e as pessoas abrem seus corações à tua palavra”.
Maomé sorriu bondosamente e novamente disse:
“Tu tens razão”.
O companheiro do profeta comentou:
“Tu disseste ao primeiro homem que ele tinha razão, e ao segundo homem, que afirmou o contrário, tu disseste que ele também tinha razão. Absolutamente não compreendi”.
Maomé respondeu:
“Cada um vê o mundo do jeito que espera que seja. Por que deveria eu refutar os dois homens? Um deles vê o mal, o outro, o bem. Tu dirias que um deles vê falsamente? Não são as pessoas aqui e em toda parte boas e más ao mesmo tempo? Nenhum dos dois disse algo equivocado, disseram apenas algo incompleto”.
Em 02 de outubro tivemos uma das eleições mais polarizadas dos últimos tempos; a dualidade foi promovida de forma proposital na busca por votos e, para tanto, as armas, desleais, são as fake news, intrigas e ódio.
Muita briga e poucas propostas factíveis.
Isso gerou desavenças entre amigos e familiares. Muitas pessoas se desentenderam, perderam amizades, entraram em vias de fato e até mataram por causa dessa má política.
Mas quem tem razão?
Ninguém, pois cada um enxerga o que lhe é mais conveniente.
Quem ganha essa disputa?
Somente os políticos profissionais.
E quem perde com esse ambiente caótico?
Aqueles que enxergam a verdade e a honestidade apenas de um lado.
Jorge Lordello
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