Fabio Abate: A importância do tempo

Já faz um tempo que venho percebendo a importância do tempo na minha vida, de diversas formas inclusive, o tempo que acontece mais rápido do que eu gostaria, o tempo que não passa, o tempo que já não tenho mais e muitos outros tempos que permeiam a minha vida.

Já usei o tempo de forma estratégica e fantasiosa para suportar angústias que não estava dando conta, eu imaginava que com 30 anos alguns sofrimentos e preocupações não existiria mais, mal sabia que na verdade algumas mudariam e ao mesmo tempo chegariam outras. Já usei o tempo para me permitir viver coisas mais ousadas dizendo para mim mesmo que não poderia perder tempo ou que aquele era o tempo certo para estar coisas.

Bom, o tempo sempre esteve nas minhas indagações de vida, seja aproveitando o tempo ou perdendo tempo.

Mas hoje quero falar de como venho usando o tempo a meu favor e a favor das mudanças que quero fazer nos meus comportamentos e atitudes, afinal comecei este ano com a convicção que será o ano de mudanças, então nada melhor que usar o tempo para colaborar com estas mudanças. Claro que você pode e deve questionar sobre o que o tempo tem a ver com isso, seria uma ótima pergunta, e nessa reflexão tentarei explicar.

Para começar preciso contar um pouco sobre algumas características do meu jeitão de ser, falarei especificamente de duas que são traços marcantes de como lidei com a vida até aqui e que já me ajudaram e já me criaram muitos problemas. Umas delas é a necessidade de levar uma conversa até o fim, não importando as consequências e com quem fosse a conversa eu precisava encerrar o assunto naquele momento e não deixar nada para traz. Percebe a ambiguidade desse comportamento, o calor e estresse desse tipo de necessidade? Claro que me ajudou a resolver coisas e não ter que retomar algumas situações e em algumas situações as conversas tomaram proporções desnecessárias. A segunda característica é a minha falta de paciência com situações adversas, que normalmente desencadeiam a necessidade de expressar minha indignação com o ocorrido de forma a verbalizar em detalhes o que estou sentindo, o que você já deve imaginar que não sai palavras muito empáticas.

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Escancarando características que não me orgulho, abrindo meu coração para vocês, decidi já há alguns meses mudar essas reações e usar o tempo como ferramenta fundamental para isso. Como? Lembrando de um velho ditado, de tempo ao tempo, e de uma expressão dos antigos que era “Calma meu filho, conte até 10”, resolvi de forma consciente e proposital usar o tempo a meu favor.

Quando algo adverso acontece e eu sinto que estou irritado, mesmo tendo todos os recursos para entrar em contato com a pessoa, ou as pessoas envolvidas, eu não o faço. Exatamente, no primeiro momento procuro não fazer nada, minha cabeça vai fritar sobre tudo o que está acontecendo, vou pensar em mil coisas sobre os motivos e razões, inclusive se tem outras pessoas que eu possa falar sobre o assunto para pegar uma segunda ou terceira opinião eu pego, para só depois, muito mais tranquilo, retomo com os envolvidos para entender o que aconteceu. E sabe o mais surpreendente? Normalmente não tiveram a intensão de fazer ou nem mesmo sabiam que algo fora do esperando havia acontecido. E aí me vem um alívio imenso de não ter reagido de forma ruim.

Agora em relação a reagir a ir com conversas até o fim, independente das consequências, também o tempo vem me ajudando muito. Quando uma conversa ou situação não está caminhando para algo satisfatório ou construtivo eu mesmo proponho dar um tempo e voltarmos a falar num outro momento, inclusive em muitas situações eu concordei com a pessoa e num momento mais apropriado retomei a conversa. Os resultados estão sendo incríveis, a ponto de algumas pessoas, quando eu concordo, passa um tempo e elas querem retomar para ouvir como eu resolveria tal situação.

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O tempo vem sendo um bom amigo quando consigo “ouvi-lo” e seguir seus bons conselhos. O tempo passa e costuma levar com ele rancores, raivas e magoas, claro que ele não resolve tudo e nem apaga algumas coisas, mas nos dá um folego de vida e amadurecimento para construirmos saídas para situações que nem sempre temos respostas e reações imediatas que sejam adequadas.

A dica aqui é experimentar usar o tempo para escapar de comportamentos reativos e se permitir ter tempo suficiente para escolher melhor o como quer agir. Afinal o tempo não pode ser controlado mas pode ser aproveitado.

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