Quem tem o privilégio de ter muitas décadas de vida deve ter percebido que assim como o mundo mudou, o jeito de ser e de falar também mudaram.
Em algum lugar do passado, “pão” queria dizer um rapaz bonito, supimpa significava excelente e caso quisesse falar em português castiço, você convidava seu amor para um convescoste e no final aplicava um ósculo bem dado.
Calma, vamos ligar a tecla SAP (isso também é do tempo da onça!).
Convescote é piquenique e ósculo é beijo.
Pronto, agora vai ficar mais fácil me entender, vamos voltar ao presente.
Assim como as palavras foram caindo em desuso, a vida foi tomando novos sentidos, deixando para trás correntes e crenças limitantes.
Conquistamos novos espaços, abrimos caminhos, aprendemos a meditar, a respirar profundamente e principalmente a nos respeitar.
Uma estrada que começa com o autoconhecimento, com descobertas sobre nós mesmas, quem somos, o que queremos, despidas de julgamentos alheios.
Neste processo é como se nós fossemos providas de um exoesqueleto para trocar de pele e expandir, crescer e se transformar, como libélulas que simbolizam mudanças, renovação e capacidade de adaptação.
Ultimamente tenho escutado mulheres de várias idades falando sobre o mesmo assunto: ressignificar a vida.
Não interessa se você tem 20 ou 70 anos, sempre é tempo de reaprender, reavaliar, retomar o controle da própria vida.
Por definição, o significado de ressignificar a vida é dar a si mesma a oportunidade de transformar algo ruim em algo positivo e continuar vivendo com esperança, motivação, otimismo e entusiasmo.
É fazer do limão uma limonada, uma mousse, uma caipirinha… é fazer as pazes com o passado para seguir em frente sem mágoas ou culpas, é aprender com os erros e ao invés de escondê-los debaixo do tapete, refletir sobre como aproveitar este conhecimento adquirido a duras penas.
Afinal, viver é se equilibrar em altos e baixos, alegrias e tristezas, perdas e ganhos, cair e levantar, sem esmorecer.
Ressignificar a vida é começar de novo de uma maneira totalmente diferente, partir do zero para o infinito, mudar o rumo, se reinventar.
Descobrir o que te faz feliz, o que te motiva a levantar da cama todas as manhãs com um sorriso nos lábios, responder com segurança quando te perguntam se a vida tem um sentido, um propósito.
Você pode se surpreender com os resultados ao se livrar de bagagens desnecessárias e pesadas, ao tampar os ouvidos para os que não acreditam na sua força, no seu poder, na sua capacidade de resiliência.
Vai ver como vale a pena se libertar de amarras, ser restaurada como na arte kintsugi, ressurgir como uma peça única e muito valiosa, renascer como uma fênix, abrindo as asas para voar para onde quiser, como quiser e com quem quiser.
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