Assassinato no futebol gera briga entre Leifert e Cazão

A polêmica de destaque dos últimos dias foi o embate entre o apresentador Thiago Leifert e o comentarista e ex-jogador Casa Grande. Após a trágica morte da torcedora do Palmeiras, Gabriela Anelli, de 23 anos, atingida no pescoço por uma garrafa de vidro durante confronto de torcidas organizadas antes do jogo entre Palmeiras e Flamengo no sábado (8/7).

Em seu podcast, Leifert disse ter “investigado” a vida da jovem pelas redes sociais e descoberto que ela seria da torcida organizada Mancha Verde e, portanto, teria assumido o risco ao estar em confronto com uma torcida rival. Casa Grande, insatisfeito com os comentários, fez a seguinte declaração: “Enquanto os pais, os avós, irmão e amigos estão sofrendo enormemente pela perda inesperada e violenta da garota de 23 anos, o Sr. Tiago Leifert consegue, de uma forma asquerosa, colocar a vítima como uma das responsáveis pela violência entre as torcidas palmeirenses e flamenguistas”.

Thiago Leifert foi bombardeado pela imprensa e nas redes sociais, onde, após se ver encurralado, fez mea culpa e disse que errou, pois se baseou em informações erradas prestadas pela Polícia Militar e imprensa.

Mais uma vez a “culpa” é jogada nas costas da polícia. Mas tem uma pergunta que não quer calar: qual o conhecimento em segurança pública e privada que possui Leifert? É claro que é muito pouco ou quase nada. Pelo que sei, ele tem bons conhecimentos sobre futebol, mas se meteu em analisar, como se fosse especialista, um tema que foge de seus domínios. Portanto, entrou no campo do “achismo” e do “opinismo”, ou seja, exprimiu opinião sobre assunto grave e polêmico sem ter embasamento técnico, e o pior, como jornalista, deveria ter conferido mais a fundo as informações que colheu pela internet. Agiu como tantos outros internautas fazem nas redes sociais, propagando desinformação e opinando de forma rasa, como se estivesse numa mesa de boteco ou vociferando em grupo de whatsapp .

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O problema é que Thiago Leifert não é um anônimo frequentador de bar e sim profissional de mídia com enorme visibilidade, por isso, deveria se restringir a comentar sobre assuntos onde tem plenos conhecimentos. Aí sim estaria contribuindo para o bom debate. No máximo, deveria ter lamentado a morte da torcedora palmeirense e cobrado das autoridades a prisão do autor do homicídio e mais segurança para quem gosta de ir a estádios assistir jogos de futebol, principalmente de clubes com maior expressão e com muita rivalidade, onde os ânimos ficam mais acirrados.

Portanto, não tiro a razão do Casa Grande de fazer seu desabafo contra o jornalista, acho até pertinente. Os familiares da jovem assassinada não deveriam, em momento de pleno luto, ter acesso a essa opinião totalmente equivocada, que culpabiliza a própria vítima, seu ente querido, desse crime horroroso, que atenta, flagrantemente, contra nossa lei penal e distoa da filosofia que deve nortear os esportes entre os civilizados. Se são inexplicáveis, erradas e crueis as mortes de seres humanos em razão das guerras que enfeiam nosso mundo, que dizer da perda de vidas no palco esportivo, onde deveria fluir o respeito, a habilidade e o crescimento da civilidade.

Muito triste tudo isso!!!

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

 

Imagem: Foto divulgação Internet – vítima Gabriela Anelli

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