Olá, querida leitora,
Foi noticiado na mídia nos últimos dias a conduta de uma funcionária de farmácia que comparou um menino com autismo que estava com a mãe dentro do estabelecimento, a um cachorro.
A notícia, lamentável e repugnante, escancara a dura realidade enfrentada por pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e seus familiares: o preconceito e desinformação.
É inconcebível que um ser humano verbalize uma comparação desta a outro ser humano.
O comportamento da mulher se comprovado, deve ser punido com os rigores da lei. Discriminação à pessoa com deficiência é CRIME.
Mas, temos que ir mais fundo e enfrentar o preconceito e a discriminação como problemas sistêmicos. Infelizmente notícias assim aparecem com frequência, por isto persiste a necessidade de informar e educar.
O Transtorno do Espectro do Autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento que impacta a forma como o cérebro se desenvolve e funciona. Ele afeta a comunicação, a interação social e o comportamento do indivíduo.
Na comunicação pode gerar dificuldades em compreender e usar a linguagem verbal e não verbal, como expressões faciais e linguagem corporal. Na interação social, ele traz desafios em interagir com outras pessoas, como iniciar e manter conversas e compreender as emoções dos outros.
Já no comportamento, pode haver interesses restritos, movimentos repetitivos e dificuldade de controle de impulsos.
Falamos “espectro” porque esses sintomas podem variar de intensidade e de ocorrência nos indivíduos diagnosticados, por isto algumas pessoas com autismo podem viver de forma independente, enquanto outras podem precisar de cuidados ao longo de toda a vida.
Isto significa que essas pessoas podem ter comportamentos não convencionais para sua idade cronológica, que muitas vezes são equivocadamente rotulados e julgados como falta de educação ou inadequação.
Mas precisamos entender que essas características ou comportamentos são apenas reflexo do funcionamento cerebral e lembrar que cada indivíduo com autismo é único e possui seus desafios e habilidades que vão além do autismo.
O autismo não os define, muito menos qualquer característica ou nível de suporte que necessitem. Devem ser respeitados e acolhidos pelo que são.
Algumas pessoas com autismo utilizam o colar de identificação do autismo ou o colar de girassol, que é utilizado por pessoas com deficiências ocultas ou não aparentes, mas na real: mesmo com o colar pendurado ainda sofrem com olhares e julgamentos.
Para respeitar outro ser humano não necessitamos de um rótulo, de um relatório médico ou de um colar de identificação. É nosso dever respeitar a todos e é direito da pessoa com autismo ser respeitada.
O preconceito ainda é um grande obstáculo para a inclusão e é necessário promover a conscientização, combatendo discriminações e constrangimentos.
Todos que tem um familiar com autismo devem buscar apoio e informação para conhecer todos os seus direitos. Não aceite a discriminação ou qualquer tipo de constrangimento e denuncie qualquer tipo de violação.
Minha solidariedade à família envolvida no caso e a todas as famílias que já se depararam com situações preconceituosas.
Temos o compromisso de trazer informação e abrir espaço para acolher mães e familiares de pessoas com autismo. Sinta-se acolhida e escreva sobre suas dúvidas ou compartilhe algum desafio se desejar. Será uma honra conhecer você melhor!
Um beijo e até a próxima quarta-feira.
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