Pais amam filhos incondicionalmente; isso quer dizer que, independente do que aconteça, os genitores estarão sempre ao lado deles, dispostos a ajudar no que for preciso, com uma capacidade de perdoar incrível, mesmo se sua prole agiu de forma extremamente reprovável.
Em 1998 participei de entrevista com a mãe do Maníaco do Parque, onde a polícia civil, na fase investigativa, o apontava como sendo o autor de série de crimes de estupro seguido de assassinatos.
A genitora não acreditava na versão ofertada pelo delegado responsável e criticava, veemente, os policiais. Depois de poucas semanas, Francisco de Assis Pereira confessou todas as mortes sem demonstrar nenhum remorso. No dia em que a mãe dele foi visitá-lo, após a admissão de culpa, um repórter perguntou se ela iria abandonar o filho e a resposta foi contundente:
“Ele é meu filho, não concordo com o que ele fez, mas eu o perdoo e sempre estarei a seu lado”.
Esse é o maior exemplo do que é amor sem qualquer tipo de condição.
Uma vez perguntei a um amigo qual era a sensação após o nascimento do primeiro filho. A resposta foi interessante:
“Depois que o bebê nasceu, não durmo mais direito, pois a preocupação com ele é constante”.
Mas uma pergunta se faz presente:
“Será que o amor dos filhos para com os pais também é incondicional?”.
Bem, não sei se o leitor vai concordar com minha posição, mas entendo que filhos “gostam” dos pais, mas poucos “amam” incondicionalmente. A prova dessa afirmação, tão triste e que fere sensibilidades, se apresenta ou se constata na velhice dos pais, onde muitos filhos não oferecem a devida atenção, carinho e dedicação nessa fase em que pai e mãe mais precisam, principalmente na doença ou em razão de falta de recursos financeiros.
As desculpas são muitas: falta de tempo, outras prioridades mais urgentes, moram longe, não tenho paciência, tenho família para cuidar e até mesmo não levo jeito ou não sei lidar com pessoa acamada. Mas não estamos falando de qualquer pessoa e sim do pai e da mãe, que não pouparam esforços, dedicação e amor sem esperar nada em troca.
No entanto, existem exceções, ainda bem que uma parcela, embora pequenina, é composta de filhos dedicados e serve de exemplo para a maioria, que no afã de tocar suas vidas, se esquecem de quem as originou.
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