Festa de aniversário e uma oportunidade multicultural de praticar a humanidade

Bom dia meus queridos amigos,

É estranho escrever sobre o meu próprio aniversário, mas na verdade eu estou escrevendo sobre a oportunidade de ter sessenta pessoas de mais de vinte nacionalidades se reunindo em torno de uma mesa de piquenique independentemente da religião, cor da pele, classe social, condição física, idioma e cultura.

Eu tenho que dar muitos e muitos créditos a minha querida esposa Johnna.

Eu não faria absolutamente nada sem a sua ajuda e sem a sua capacidade de amealhar tanta gente com o seu sorriso e humanidade inegável. Quem a conhece, sabe muito bem do que eu estou falando.

É por isso que o assunto desta coluna tem a ver com a humanidade.

Um piquenique agradabilíssimo representado pelas seguintes nacionalidades: França, Estados Unidos, Canadá, Honduras, Itália, Brasil, Espanha, Marrocos, Índia, Polônia, Alemanha, Omam, Tailândia entre outras tantas nacionalidades.

Pois bem, eu e a Johnna sempre buscamos a chance durante o ano para organizar eventos onde somos pontes entre gente que já se conhece e participa das nossas múltiplas atividades, gente que não se conhece, gente que acaba de chegar e “cair de paraquedas” e gente que se conhece, mas não sabia que nos conhecia.

É uma alegria indizível ver gente que chega aos nossos encontros e percebe que ambos são os nossos amigos, mas não sabiam que nos tinham como amigos em comum.

É uma alegria ver gente chegando pela primeira vez e se sentir como se nos conhecera por muitos e muitos anos.

É uma alegria ver que cada um destes indivíduos ateus, agnósticos, muçulmanos, refugiados cristãos de diversas tradições: presbiterianos, anglicanos, católicos, protestantes, batistas se assentam “na mesa” de um piquenique e falam daquilo que nos unem, ou seja, a nossa humanidade.

Eu sendo um apaixonado pelas narrativas dos evangelhos, fico absolutamente satisfeito, grato e cheio de alegria ao ler capítulos inteiros que nos mostram Jesus na mesa com publicanos, pecadores, jantando com gente marginalizada, entrando na casa de gente importante na cidade para tomar um lanchinho da tarde, acolhendo autoridades romanas, participando de piqueniques com multidões e gente que não tinha muita importância aos olhos dos grupos religiosos, gente que era gente, e portanto, gente que era digna para estar onde estava porque eram seres humanos.

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Pois bem, tais indivíduos eram muito mais do que o título que carregavam. Eram muito mais do que a cor da pele que lhes vestiam. Eram muito mais do que a classe social na qual pertenciam tanto quanto a própria reputação para o bem ou para o mal que lhes fora atribuída: todos eles eram irremediavelmente seres humanos.

Na realidade, ao redor da mesa conforme as normas simples da cultura do oriente médio que enfatiza o partir do pão, a hospitalidade fraterna e a prática humana na simplicidade do acolhimento sincero e amor sem segundo interesses, eu vejo lições importantíssimas.

A primeira delas tem a ver com o fato de que todos nós aprendemos uns com os outros. E no mínimo, em segundo lugar, todos nós temos as mesmíssimas necessidades básicas e intrínsecas: a necessidade do encontro humano, a necessidade de ser aceito como somos, a necessidade de nos sentirmos amados e não julgados pela aparência, condição física, cultura, idioma ou qualquer outra condição relacionada ao nível de educação ou classe social.

Dito isto, ontem no parque Tête D’Or na cidade de Lyon, o meu aniversário se tornou um palco onde celebramos a multiculturalidade e a diversidade na unidade.

Um cartão de aniversário escrito em Francês, Inglês, Português, Espanhol, Italiano, Árabe. O que nos une, a nossa humanidade, é muito mais forte do que os idiomas que nos poderiam nos separar e fazer com que não nos entendêssemos.

O meu aniversário convidou a cada um dos participantes a compreender que aquilo nos une, a nossa humanidade, é infinitamente maior e mais poderoso do que aquilo que poderia nos separar.

E você me pergunta: “Fábio, e o que eu posso aprender com a coluna de hoje aqui onde eu moro em Barcelona, Chicago, São Paulo, Belo Horizonte, Tóquio, Tampa, Londres ou em qualquer outra cidade do mundo?”

Eu te convido a não ver um mendigo na rua, mas através das lentes humanas e com um olhar de compaixão, veja um ser humano.

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Eu te convido a não ver um ser rico, prepotente e orgulhoso, mas através das lentes humanas e com um olhar de perdão e paciência, veja um ser humano.

Eu te convido a não ver um refugiado com as suas idiossincrasias complexas, mas através das lentes humanas e com um olhar de misericórdia, veja um ser humano.

Eu poderia seguir com milhares de exemplos, mas eu sei que você entendeu a mensagem de hoje.

“É pique, É pique, é hora, é hora, é hora, Rá, tim, Bum!”

Um beijo grande a todos vocês e até a próxima!

Collonges-au-Mont-d’Or

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Arquivo pessoal do colunista

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Respostas de 3

  1. Filho muitos anos de vida muito muito….
    Para q você , e sua família através desse dom q Deus deu a você….cresça cada vez mais no amor ao próximo.
    Deus te abençoe ricamente

    Te amo filho

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